A rainha britânica Elizabeth II liderou as celebrações nesta segunda-feira para marcar os 800 anos da assinatura da Magna Carta, um dos documentos mais significativos da história mundial e apontado como a origem para as liberdades civis modernas e os direitos humanos. Em 15 de junho de 1215, nos campos próximos ao rio Tâmisa em Runnymede, o rei João da Inglaterra aceitou as demandas de seus barões e acatou a Magna Carta, latim para "Grande Carta", que pela primeira vez estabeleceu que ninguém estaria acima das leis, nem mesmo o próprio monarca. A Carta também estabeleceu as bases para a democracia parlamentarista. Desde então, o documento teve grande significado global, se tornando inspiração e modelo para a declaração de independência dos Estados Unidos e a declaração universal dos direitos humanos. Três de suas 63 cláusulas continuam na Constituição britânica. Além da rainha, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, e o duque de Cambrigde (príncipe William), segundo na linha de sucessão ao trono britânico, participaram de uma celebração acompanhada por música e apresentações militares. Durante o evento, o príncipe William inaugurou uma instalação do artista Hew Locke formada por doze cadeiras de bronze que simbolizam a realização de um julgamento justo. Cada uma destas cadeiras está decorada com imagens e símbolos relacionados com a histórica luta pela liberdade, o Estado de direito e a igualdade entre os indivíduos, os princípios fundamentais defendidos pelo texto medieval. Em seu discurso em Runnymede, David Cameron, que atualmente procura reformas na União Européia (UE), defendeu o dever das atuais gerações de preservar o legado da Carta Magna. "Não há melhor momento para reafirmar esses compromissos de liberdade que em um aniversário como este. Portanto, em um dia histórico, prometamos manter vivos esses princípios". Cameron acrescentou que a Carga Magna foi "revolucionária" ao ter alterado "para sempre o equilíbrio do poder entre o governado e o governo", e lembrou que foi fonte de inspiração de muitos defensores da liberdade, como Gandhi e Nelson Mandela (este era comunista, membro de um partido comunista, portanto levou sua vida combatendo o regime de liberdades públicas, em que o Estado não se sobrepõe ao indivíduo).
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