O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou ontem a demissão dos ministros de seu gabinete de união com o Hamas, formado um ano atrás. O Conselho Revolucionário do partido nacionalista Fatah foi encarregado de formar um novo governo, informou a agência palestina Ma’an. A decisão põe fim ao pacto de governo entre as duas facções palestinas, criticado por Israel. Abbas declarou que a formação do novo governo levará vários dias e os membros do Conselho Revolucionário do Fatah apoiam amplamente a designação de um vice-presidente. O anúncio de Abbas foi feito pouco mais de um ano depois do estabelecimento do último governo de consenso palestino liderado por Rami Hamdala, após um pacto de reconciliação entre a liderança da AP na Cisjordânia e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, após o colapso de outro governo de união e confrontos entre facções. Segundo Abbas, a decisão foi tomada porque a organização terrorista Hamas não permitia que a entidade trabalhasse em Gaza. O acordo que estabelecia a formação de um governo interino e a realização de eleições gerais nos territórios palestinos tentava pôr fim à divisão política e administrativa entre a Cisjordânia e Gaza. As disputas entre Fatah e Hamas começaram em 2006, quando os terroristas islâmicos ganharam as eleições legislativas, as últimas realizadas até o momento. No ano seguinte, a rivalidade política entre os dois grupos chegou a seu ápice quando o Hamas assumiu o controle de Gaza após enfrentar forças leais ao Fatah e a Abbas. Após o acordo do ano passado, muito criticado pelo governo israelense, houve uma campanha de detenções de membros do Hamas na Cisjordânia em resposta ao sequestro de três jovens israelenses, e a última ofensiva militar em Gaza acabou desestabilizando a reconciliação entre as duas forças palestinas. O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, era um feroz crítico do acordo. Desde então, o Hamas acusa os dirigentes do Fatah de fracassar em cumprir suas promessas em Gaza, especialmente em obter a reconstrução do território, devastado na operação militar israelense, ou a suspensão do bloqueio ao território. O líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, disse no começo do mês que não havia progressos humanitários ou econômicos no território desde o acordo com o Fatah. Hamdala prometeu em uma visita em março a Gaza que as facções palestinas trabalhariam rápido para encontrar soluções, mas não houve nenhum avanço.
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