Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) minimizou nesta segunda-feira (15) o início da ofensiva do tucanato paulista pela candidatura do governador Geraldo Alckmin à Presidência, em 2018. Provável pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB em 2018, Aécio disse ser "confortador" para a sigla reunir vários nomes com a possibilidade de disputarem o cargo, mas defendeu que o partido não "salte etapas" e discuta o assunto "no momento certo", em um claro recado à ala ligada à Alckmin. "É confortador para todos nós termos no PSDB, em condição de disputar as eleições e de vencê-las, nomes da estatura do governador de São Paulo. Mas teremos a responsabilidade de não saltar etapas. E, no momento certo, no momento das eleições, o PSDB tomará, unido, a sua decisão, e será aquela que for melhor para o Brasil", disse Aécio. Ao se declarar favorável à realização de prévias no PSDB caso mais de um tucano queira disputar a Presidência, o senador disse que, além de Alckmin, o partido tem nomes como os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), José Serra (PSDB-SP), o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Mais do que a definição de nomes, temos que deixar muito claro qual o projeto de país que temos a oferecer. E é sobre isso que estaremos mergulhados nesses próximos meses e até mesmo anos", afirmou Aécio. O tucano perdeu as eleições de 2014 para a presidente Dilma Rousseff por uma margem apertada de votos. Desde então, vem trabalhando dentro da sigla para se viabilizar como candidato da sigla ao Planalto em 2018. Em mais um recado à ala paulista do PSDB, Aécio afirmou que a escolha do candidato ao Planalto não é a atual "agenda" do partido, que vai realizar convenção nacional no dia 5 de julho para "reafirmar os seus princípios", sem incluir no debate a sucessão presidencial. "Essa é uma questão que será discutida lá na frente. Mas essa não é a agenda hoje do PSDB. Mas vejo com muita alegria que o PSDB tem um leque de opções e de de alternativas que nenhuma outra força partidária no Brasil, com todo respeito que tenho a elas todas, tem a oferecer", desconversou. A eleição da nova cúpula do PSDB de São Paulo, neste domingo (14), marcou o início da ofensiva do PSDB de São Paulo para lançar Alckmin candidato à Presidência, em 2018. Foi o movimento mais ostensivo de aliados em busca da construção de um caminho dentro do PSDB pelo lançamento de Alckmin. Um dia após os discursos inflamados, no entanto, o próprio governador tratou de colocar panos quentes sobre o debate público do assunto. Na manhã desta segunda-feira (15), Alckmin disse ter ficado "honrado" pela defesa de seu nome, mas afirmou que o momento é de trabalho, e não de discussão de candidatura. "Nós devemos trabalhar, fazer o máximo em benefício da população e o nosso dever é fazer um bom governo em São Paulo. Antes de 2018 tem 2016, tem 2017, então está muito longe ainda", afirmou. Nos bastidores, no entanto, aliados dos dois tucanos dão a corrida como aberta e avaliam que o desafio, agora, é equilibrar o ambiente interno para evitar que o assunto domine a roda de discussões, desviando o foco do descontentamento de parte da população com o governo Dilma Rousseff.
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