segunda-feira, 15 de junho de 2015

Magna Thatcher

Hoje, a Magna Carta inglesa faz 800 anos. Os jornais escreveram extensamente sobre o documento que é a semente da garantia dos direitos individuais, base da moderna democracia. O Antagonista só gostaria de lembrar como a Magna Carta foi mencionada por Margaret Thatcher, em 1989, em entrevista ao Le Monde, pouco antes da ofuscante comemoração dos 200 anos da Revolução Francesa.
Le Monde: O que a senhora pensa da ideia segundo a qual os direitos do homem começaram com a Revolução Francesa?
Margaret Thatcher: Os direitos do homem não começaram com a Revolução Francesa. Eles remontam à tradição judaico-cristã que proclamou a importância do indivíduo e o caráter sagrado da pessoa humana e de certos direitos dos indivíduos que governo nenhum pode retirar-lhes. Nós tivemos em seguida a Magna Carta, em 1215, e a nossa Revolução Gloriosa de 1688, quando o Parlamento impôs a sua vontade à monarquia. Aliás, nós celebramos, mas discretamente, esse acontecimento no ano passado. Decerto não foi uma revolução, mas uma mudança dentro da calma, sem banho de sangue. Liberdade, Igualdade, Fraternidade! É a fraternidade que faltou durante muito tempo. Só havia sete prisioneiros quando a Bastilha foi tomada... É inacreditável que tenha havido o Terror. Certos argumentos que foram utilizados na época, como o de que os contrarrevolucionários deveriam ser exterminados, soam familiares hoje. É a linguagem dos comunistas. E, depois, vocês tiveram Napoleão, um homem notável, do qual não se celebram suficientemente as inovações administrativas e jurídicas, e que tentou unificar a Europa pela força. Só nos livramos dele em 1815. Não, os direitos do homem não começaram na França. A Revolução foi uma virada fantástica, mas também um período de terror.


Fizemos antes e melhor, frogs (O Antagonista)

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