O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, ficou irritadinho e se queixou nesta segunda-feira das críticas ao financiamento de obras de infraestrutura no exterior pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em especial para os trabalhos executados em Cuba, Venezuela e Angola. "Não fizemos nada de ilegal ou imoral. Estou irritado por estarmos na linha de fogo do embate político", afirmou o empreiteiro, que participava de um seminário sobre exportações em São Paulo. Segundo o BNDES, que passou a divulgar em seu site detalhes sobre as operações no Exterior, as obras executadas pela Odebrecht receberam 70% do crédito ofertado pelo banco para obras no Exterior, o equivalente a 8,2 bilhões de dólares. Os juros das operações variaram de 2,87% a 8,61% ao ano e os prazos de pagamento, de 120 a 186 meses - condições melhores do que as praticadas em operações no Brasil. "Revelaram que o BNDES nos emprestou 8 bilhões de dólares. É pouco, pois trouxemos 20 bilhões de dólares para o Brasil", rebateu Odebrecht. O executivo também afirmou que as suspeitas levantadas sobre os contratos que ligariam o ex-presidente Lula X9 (ele delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr, em seu livro "Assassinato de reputações") com a Odebrecht, que é investigada na Operação Lava Jato, não têm fundamento: "Não se fala de outra coisa nos jornais desde sexta-feira. Sou favorável a que se abram os dados, porque não temos nada a esconder". Na sexta-feira passada, reportagem do jornal O Globo revelou que o Itamaraty tentou impedir a divulgação do conteúdo dos contratos, porque eles poderiam causar constrangimento para o ex-presidente. Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores recuou e decidiu divulgar as informações. "O que há de errado em o governo dar o apoio a empresas que atuam no Exterior?", questionou o empreiteiro Marcelo Odebrecht, ressaltando que é a favor da abertura dos dados, inclusive da abertura de uma CPI sobre o tema. Em seguida, no entanto, mudou de idéia, dizendo acreditar que uma investigação no banco poderia interromper as suas atividades: "Eu acho que essa CPI vai acabar paralisando o País", afirmou. Ah, é mesmo?!!!! Como é patriota esse empreiteiro Marcelo Odebrecht!!!!
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