Em franco ataque ao PT desde a semana passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a criticar o partido ao responder sobre as vaias direcionadas a ele durante o 5º congresso petista, realizado na semana passada. Para o peemedebista, o Partido dos Trabalhadores "insiste em buscar agressões" e mantém um modelo de "ataque continuado" contra ele. "O PT sempre insiste em buscar agressões. E não foi só o movimento que foi fazer coro. Ali teve pessoas que defenderam a manutenção da aliança atacando. Então, mostra que é um ataque continuado", afirmou ao chegar na Câmara dos Deputados na tarde desta segunda-feira (15). Para exemplificar, Cunha afirmou que no início do ano passado, a formação do chamado "blocão", grupo de partidos da base aliada que se uniu para derrotar o governo, foi motivado por ataques feitos contra ele pelo presidente do PT, Rui Falcão. "Vocês não podem esquecer que em 2014, no início do ano quando eu era líder (do PMDB), o atrito que se teve aqui e, na época que se gerou o chamado blocão, foi o presidente do PT me atacando. Então, já é um continuado deles e isso é muito preocupante", disse. Incomodado com ataques de setores do PT e movimentações de ministros para mudar a articulação política do governo, Eduardo Cunha afirmou durante o fim de semana que a aliança entre o PT e o PMDB pode ser rompida caso os desentendimentos entre os dois partidos se agravem. A fala foi uma referência às indicações de que o núcleo mais próximo da presidente Dilma Rousseff estaria atuando para esvaziar as atribuições do vice-presidente, Michel Temer, na coordenação política do governo federal. "O que eu disse é que se o processo de sabotagem ao Michel for levado a curso, se o Michel sair da articulação a qual ele não pediu para entrar, aí é inevitável um rompimento com o PMDB", afirmou Cunha. Para o peemedebista, a aliança entre os dois partidos está esgotada e não deve se repetir nas eleições de 2018. "Isso não contribui nem para manter o clima de se tentar ter uma convivência até o processo eleitoral porque 2018 está realmente muito longe. É óbvio que ninguém vai discutir 2018 agora, mas o que eu antecipei é a falta de vontade que eu vejo no meu partido de continuar com essa aliança", disse. "Agora, agressão ninguém vai aceitar. Eu não vou aceitar que o PMDB continue sendo agredido todo tempo pelo PT. Se o PT quer ou queria votar para sair da aliança, não tinha nenhum problema", completou. Cunha ressaltou, no entanto, que a sua posição em relação ao PT não irá alterar a forma como conduz os trabalhos na Câmara. "Eu não falei com ninguém do PMDB então, eu falei por mim, como militante, como dirigente partidário. Efetivamente, como presidente da Casa, não altera a minha posição. A minha pauta é a mesma e vai continuar sendo a mesma", disse.
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