quarta-feira, 24 de junho de 2015

"Destruir e-mail sondas", ordenou o empreiteiro Marcelo Odebrecht de dentro da cadeia da Polícia Federal em Curitiba


A Polícia Federal informou à Justiça ter apreendido, por volta de 10 horas da segunda-feira, 22, um bilhete manuscrito do empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, a Odebrecht, que seria entregue a seus advogados. O bilhete, segundo a Polícia Federal, contém a expressão "destruir e-mail sondas". Nesta quarta-feira, 24, a Polícia Federal informou ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, que “como de praxe as correspondências dos internos são examinadas por medida de segurança”. A Polícia Federal copiou o bilhete. Na noite de ontem, 23, a própria defesa da empreiteira entregou petição a Moro em que apresenta sua versão para o caso.


Segundo a Polícia Federal, uma das provas da Lava Jato que pode incriminar Marcelo Odebrecht, preso desde sexta-feira, 19, é uma troca de e-mails entre funcionários da empreiteira. A mensagem eletrônica, de 2011, faz referência à colocação de sobrepreço de US$ 25 mil por dia em contrato de afretamento e operação de sondas. O e-mail foi enviado por Roberto Prisco Ramos para Marcelo Odebrecht e três executivos da empreiteira, Fernando Barbosa, Márcio Faria e Rogério Araújo, estes dois últimos também presos. A descoberta do bilhete foi comunicada à Justiça Federal pelo delegado Eduardo Mauat da Silva, que integra a força-tarefa da Lava Jato. Ele informou que na manhã de terça-feira, 23, os advogados de Odebrecht, Dora Cavalcanti e Rodrigo Sanches Rios, estiveram em seu gabinete, "os quais ponderaram que o verbo ‘destruir’ se referia a uma estratégia processual e não a supressão de provas, destacando que o documento original teria sido levado a São Paulo por outro advogado e que iriam apresentá-lo".

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