A destruição de uma cidade não é obra de um dia. É preciso que haja um esforço determinado, contumaz, dedicado, consciente, firme. É o que faz o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT. Não passa dia sem que este senhor tome uma decisão que contribui para levar o município para o buraco e para tornar mais difícil a vida dos paulistanos. A última notícia estarrecedora que veio a público dá conta de que o prefeito, por intermédio de seus agentes, negociou com traficantes o desmonte da tal “favelinha”, um conjunto de barracos que havia sido armado no meio da rua, na região conhecida como “cracolândia”. Há muito, é verdade, a área se tornou um reduto de viciados em crack e de traficantes. Mas quem profissionalizou as relações por ali foi Fernando Haddad. Quem decidiu que aquela região deve ser, para sempre, uma espécie de Vale dos Caídos foi Fernando Haddad. Porque foi Fernando Haddad quem criou o programa “Braços Abertos”, que, entre outros mimos, aumenta de forma substancial o dinheiro que circula entre os viciados, o que alimenta ainda mais o tráfico. Haddad tem de ser alvo de um processo de impeachment. Quem diz isso é o Inciso X do Artigo 4º do Decreto-Lei 201, que está em vigor. Escrevi a respeito. Na sexta-feira, vereadores da oposição e da situação comentaram o caso. “Se ele [o prefeito] sabe quem são os traficantes, precisa passar para a polícia. É uma postura esquisita negociar com o tráfico para fazer desocupação”, afirmou à Folha o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), segundo quem Haddad foi “irresponsável”, colocando toda a população em risco ao “dialogar com o submundo”. Agora prestem atenção ao que pensa o vereador Paulo Fiorilo, do PT. Ele diz que cabe à polícia combater o tráfico: “Todo mundo nesta cidade, neste Estado, sabe como é que funciona o tráfico. Só o governo que parece que não consegue entender”. Ah, entendi. Para o petista, o trabalho da polícia é combater o narcotráfico, e o do prefeito é conversar com ele. Ricardo Young, do PPS, também falou besteira, embora integre a bancada da oposição, formalmente ao menos: “Se você vai fazer uma ação num local como esse, evidentemente tem que conversar com todas as partes, não importa se é usuário, traficante, dono do hotel, guarda”. Ah, tá! O vereador prega que se negocie com bandido só nesses casos ou em outros também? A gestão petista, com o endosso de Young, tem lições a dar ao mundo: combater o roubo negociando com ladrões; o estupro, com estupradores; a pedofilia, com pedófilos. E vai por aí… Ora, vamos entregar a gestão de São Paulo ao PCC. Por que haver intermediários? Que saia Haddad e entre Marcola! Outro gênio do pensamento, Eduardo Suplicy, secretário de Direitos Humanos, informa que a prefeitura conversou com todos que exercem liderança, mas nota que ele próprio não saberia distinguir entre usuário e traficante. E a diferença entre um traficante e uma tartaruga? Essa, Suplicy conhece? O que se tem é um escândalo sem-par. O pior é que Haddad negociou a intervenção na Cracolândia diretamente com os traficantes sem informar à Secretaria de Segurança que faria a intervenção na região. Deu tudo errado. Quando os usuários reagiram, aí ele foi pedir socorro à polícia. A mesma polícia que, na prática, é agora atacada pelo vereador petista Paulo Fiorilo. Impeachment já! Haddad não é um homem responsável o bastante para ser prefeito da maior cidade do País. Ou, então, que ele nomeie Marcola seu secretário de governo. Se é para conversar com bandidos, o negócio é apelar a profissionais. Por Reinaldo Azevedo
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