Algo de estranho acontece com a imprensa paulista. Quando os números sobre a violência em São Paulo — roubos; não precisa ser homicídio — crescem, faz-se um estardalhaço danado. Se os dados são positivos, não se dá a menor bola. Querem ver? O Mapa da Violência divulgou o relatório “Mortes Matadas por Armas de Fogo”, com dados entre 2002 e 2012. O grande destaque positivo do levantamento é, ora vejam!, São Paulo. Seguem alguns dados que estão no mapa:
- entre 2002 e 2012, houve uma redução de 58,6% nesse tipo de ocorrência em números absolutos: de 10.229 para 4.329 casos;
- em 2002, a taxa de óbitos por armas de fogo era de 26,8 por 100 mil habitantes; em 2012, de 10,1, com redução de 62%;
- no mesmo período, as ocorrências em todo o País cresceram 11,7% em números totais: aumento de 135,7% na região Norte; de 89,7% no Nordeste; de 45% no Centro-Oeste e de 34,5% no Sul. O número só caiu na região Sudeste graças à expressiva queda de 58,6% em São Paulo e 50,3% no Rio de Janeiro;
- sem a redução em São Paulo, o número de homicídios no Brasil teria crescido 37,5%, não 11,7%;
- por 100 mil habitantes, São Paulo tem a terceira menor taxa de homicídios por arma de fogo do Brasil: 10,1. Só fica atrás de Roraima (7,5) e Santa Catarina (7,6);
- em 2002, São Paulo tinha a quinta maior taxa por 100 mil habitantes (26,8); em 2012, a terceira menor: 10,1;
- entre as 100 cidades brasileiras com maiores taxas de homicídios por arma de fogo, nenhuma é paulista;
- com queda de 67,5% em números absolutos, São Paulo teve a maior redução do Brasil no número de homicídios por armas de fogo entre jovens: de 6.483 para 2.105 casos;
- no mesmo período, o número de homicídios por armas de fogo entre jovens no Brasil cresceu 10,7% no País: aumentou 168,4% na região Norte; 95,6% no Nordeste; 54,8% no Centro-Oeste e 35,2% no Sul. O número só caiu no Sudeste graças à expressiva queda de 67,5% em São Paulo e 53,1% no Rio de Janeiro;
- a taxa de jovens mortos por 100 mil teve queda de 68,1%: de 60,5 em 2002 caiu para 19,3 em 2012. É a terceira menor. Só perde, de novo, para Roraima (12,2) e Santa Catarina…
E há muitos outros dados positivos. Parece que, quando mais não fosse, por comparação ao menos, a política de segurança pública no Estado dá melhores resultados. A se crer, no entanto, na ladainha dos esquerdopatas que povoam a imprensa, sempre se faz tudo errado em São Paulo, não é mesmo? Um dos mitos caros a essa turma é o de que o Estado prende demais. Os dados parecem sugerir que os outros prendem de menos. Outro mito que é novamente desmoralizado é que pretende uma associação automática entre violência e pobreza. Nos 10 anos do estudo, as regiões Norte e Nordeste estão entre as que mais cresceram no País: vejam, no entanto, o que aconteceu com os índices de violência. A terceira questão relevante diz respeito à conversa mole sobre o Estatuto do Desarmamento. Eu não defendo que as pessoas se armem, mas é falácia atribuir a redução de mortes em São Paulo ao dito-cujo. Pergunta óbvia: por que não aconteceu o mesmo nos demais Estados e regiões do País? Será assim tão difícil admitir que o caminho escolhido para a Segurança Pública, apesar de todas as dificuldades, nesse período, foi mais eficiente? Por Reinaldo Azevedo
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