Muita gente se feriu nesta quarta-feira, em Curitiba, num confronto entre servidores, a maioria professores, e a PM. Segundo a Prefeitura, foram 213; segundo o governo do Estado, 60 — 20 seriam policiais. Qual era o busílis? Os manifestantes queriam invadir a Assembleia Legislativa para impedir a votação de um projeto que muda regras da Previdência. Já chego lá. É claro que um conflito com tantos feridos tem tudo para não ser um exemplo de operação bem sucedida de contenção de ânimos. Mas é preciso ver a coisa com calma. Quando é que os sindicalistas e congêneres vão entender que a democracia não pode ser exercida na base da porrada, da força bruta, da invasão? Que se note: os manifestantes não queriam “acompanhar” a votação do projeto; o objetivo era impedir a sessão no braço, e isso, meus caros, é apenas inaceitável. Basta ver com calma as fotos e vídeos neutros — isto é, que não têm o objetivo deliberado de criminalizar os policiais —, e lá se encontram os truculentos de sempre. Seis pessoas foram presas. Entre elas, há black blocs, é claro! E aqui cabe uma observação importante: os mascarados só participam de manifestações quando os organizadores permitem. Alguém viu esses vagabundos nos atos contra o governo Dilma, por exemplo? Não! Se aparecessem, seriam escorraçados. Depois dos recentes protestos contra o petismo, aprendemos algumas lições básicas. Definitivamente, não são as Polícias Militares que promovem a violência — e isso eu já sabia, é claro —, mas os manifestantes de grupelhos de esquerda. E cabe à Polícia descer o porrete? Depende. Se tentam invadir a Assembleia Legislativa à força, por exemplo, cabe, sim! Mas também cabe à PM investigar se houve excessos. Há relatos de que policiais avançaram contra jornalistas, por exemplo. Um cão pitbull mordeu um cinegrafista da TV Bandeirantes. Jatos d’água teriam sido empregados contra outra equipe de TV. Um repórter foi ferido no rosto por uma bala de borracha. É preciso que se apure o óbvio: esses profissionais foram colhidos pela confusão e pelo confronto, ou houve ação deliberada para impedir o seu trabalho? Na segunda hipótese, os responsáveis têm de ser punidos. A função da Polícia não é impedir o trabalho dos jornalistas. Qual é o busílis em jogo? O governo Beto Richa enviou à Assembleia Legislativa projeto — aprovado ontem — que transfere 33 mil servidores aposentados com 73 anos ou mais do Fundo Financeiro, mantido pelo Tesouro Estadual, para o Fundo Previdenciário, que é financiado com contribuições de servidores e do próprio governo. Até onde a vista alcança, os beneficiários não terão nenhum prejuízo. As lideranças do funcionalismo, no entanto, alegam que a mudança vai comprometer, no longo prazo, a saúde financeira do Fundo Previdenciário, o que governo nega. Que se apure se houve os excessos. Comprovados, que sejam punidos. Mas que se reitere o óbvio: não existe democracia na base a intimidação, do cerco, da violência e da invasão. O regime democrático não deve tolerar a ação de vândalos. E é notório que as esquerdas decidiram elevar o grau de violência em seus atos de protesto, nesses tempos em que suas teses estão sendo banidas do horizonte da maioria dos brasileiros. Por Reinaldo Azevedo
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