A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira 37 pessoas em uma operação para desbaratar um esquema de lavagem de dinheiro em quatro Estados: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A Operação Bemol desarticulou uma quadrilha que movimentou pelo menos 600 milhões de reais, segundo as investigações. Foram expedidos 34 mandados de prisão temporária, 25 mandados de condução coercitiva e 68 mandados de busca e apreensão. O bando agia por meio de contas bancárias de 87 empresas de fachada, com o intuito de receber dinheiro de pessoas físicas e jurídicas interessadas em adquirir mercadorias, drogas ilícitas e cigarros vindos do Paraguai. Além de controlar o esquema de lavagem de dinheiro, o grupo criava uma aparência lícita aos recursos financeiros do tráfico e remetê-los de volta ao Paraguai, e também fazia a transferência dos ativos ilícitos para contas bancárias no Brasil - controladas por doleiros paraguaios. "Eles possuíam várias empresas usadas pelo comprador para depositar o dinheiro que deveria chegar ao Paraguai. Quando envolvia pequenas quantias, sacavam em agências bancárias e levavam esse dinheiro fisicamente pela Ponte da Amizade. Quando envolvia quantias maiores, usavam o esquema de "dólar cabo", uma espécie de compensação em que o dinheiro passa de uma mão para outra sem sair do país onde está", explicou o delegado. Segundo a Delegacia de Foz do Iguaçu, ainda não há previsão para o fim das buscas. O nome "Bemol" foi dado à operação devido à semelhança com o caso que comandou a Operação Sustenido - que ocorreu em maio de 2014. Tanto "bemol" como "sustenido" representam uma nota intermediária entre duas outras notas musicais. O papel das organizações criminosas descortinadas pelas Operações Sustenido e Bemol era o de fazer a ligação entre traficantes de droga, "cigarreiros" e empresários brasileiros, com os fornecedores de tais produtos residentes no Paraguai - por isso a analogia com as notas.
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