Para reverter o déficit da balança comercial brasileira, que acumulou no primeiro bimestre deste ano US$ 6,01 bilhões, a estratégia que o governo pretende adotar é o Plano Nacional de Exportações, ao qual se soma uma ação mobilizadora do setor exportador, disse hoje (2), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o ministro do Desenvolvimento. O ministro considerou que ainda é cedo para fazer algum prognóstico para o ano, porque a balança de fevereiro foi afetada pelos embarques da soja, cuja colheita atrasou. Por isso, o volume exportado no mês foi menor do que em anos anteriores. “E temos também o efeito da perda de preços de commodities [produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional]”. Monteiro esclareceu que no caso do minério de ferro, por exemplo, os contratos são de prazo mais longo às vezes, e já se sente agora o efeito da queda de preços no mercado externo. Apesar disso, o ministro está otimista em relação ao resultado da balança em 2015. “O que posso dizer e reafirmo é que vamos ter uma balança positiva este ano”. Embora com certa antecipação, Monteiro disse que há elementos que permitem que se possa confiar que haverá um efeito positivo na balança: “Graças ao efeito câmbio, graças à nova política comercial, à retomada do mercado americano e à perspectiva de que mesmo com o atraso da entrada da exportação da soja, os volumes ao final do ano serão maiores”. Ele ressaltou que outro fator deverá pesar de forma positiva sobre a balança comercial brasileira em 2015. De acordo com o ministro, a conta petróleo vai gerar um déficit bem menor do que nos dois últimos anos, quando totalizou mais de US$ 36 bilhões, sendo US$ 20 bilhões em 2013 e US$ 16 bilhões, em 2014. Monteiro não quis, porém, fazer nenhuma estimativa em termos de números para a balança comercial brasileira em 2015. “Será positivo o resultado”, reafirmou. O Plano Nacional de Exportações será lançado pelo governo até o fim da primeira quinzena de março. “Dentro de duas semanas, nós esperamos anunciar todas as medidas que estão vinculadas ao plano”, disse. O plano engloba um conjunto de medidas que visam à facilitação, promoção e inteligência comercial, redefinição de instrumentos oferecidos ao setor exportador, financiamento, seguro, garantias, além de desburocratização, redução do tempo de despacho aduaneiro e do trânsito de mercadorias. “E evidentemente, uma maior disposição do Brasil de se integrar mais a uma rede de acordos internacionais de comércio”, disse o ministro. Armando Monteiro destacou que a única área em que o Brasil teve aumento das exportações de manufaturados, no ano passado, foi para o mercado norte-americano. No total, foram US$ 16 bilhões. “Para alguns itens, como máquinas e equipamentos, o Brasil experimentou incremento nas exportações acima de 20% e no conjunto das exportações de manufaturas, algo em torno de 7%. Portanto, nós achamos que ainda podemos crescer os embarques para os Estados Unidos”.
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