Bob surgiu na Operação Lava Jato como personagem secundário, desses que mais atrapalham do que ajudam a entender o resto da trama. Mas Bob, apelido com o qual o doleiro Alberto Youssef chamava o ex-ministro José Dirceu ao registrá-lo em sua contabilidade, caminha para se tornar um dos principais alvos da apuração por conta de um conjunto de indícios e provas reunidos pela Polícia Federal e também por procuradores do caso. A apuração sobre Dirceu mudou de patamar por indícios que vão de consultorias de cerca de R$ 3,8 milhões pagas pelas empreiteiras investigadas pela Lava Jato, sem comprovação de prestação de serviços, segundo os procuradores, a acusações de Youssef de que um dos delatores estaria protegendo o ex-ministro.
Há ainda menção a Dirceu por parte dos dois delatores da Camargo Corrêa, o presidente da empresa, João Auler, e o vice-presidente. (…). Uma das principais descobertas, na visão de dois investigadores, é o vínculo entre João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, com Dirceu (…). Youssef cita um caso de suborno pago ao PT em que “os indicados para o recebimento eram Vaccari e Dirceu” O doleiro também aponta que o empresário Julio Camargo omitiu Dirceu em sua delação premiada. Segundo Youssef, ele pagou R$ 27 milhões em propina entre 2005 e 2012 — parte foi para José Dirceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário