Às vésperas de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar os pedidos de inquéritos contra políticos envolvidos na Operação Lava-jato, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, admitiu nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, que “qualquer fato novo com essa característica tira a tranquilidade de qualquer instituição”. O ministro também comentou sobre petistas que rejeitam o ajuste fiscal. Para Jaques Wagner, muitos são resistentes a mudanças porque querem “operar em zona de mais conforto". "É bom no sentido de que as coisas estão funcionando e é ruim no sentido de que tem turbulência e as instituições precisam de calma e tranquilidade para seguirem em frente. Porém, o importante é ter calma e separar as investigações da necessidade de funcionamento do País", disse o ministro depois de proferir aula magna no Curso Superior de Defesa da Escola de Guerra Naval. Jaques Wagner disse ainda que a CPI da Petrobras que foi instalada na semana no Congresso dificilmente avançará mais do que a Polícia Federal e o Ministério Publico Federal apuraram. Ao falar sobre o ajuste fiscal proposto pelo governo da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Defesa afirmou que as mudanças não vão acabar com direitos do trabalhador: "É preciso esclarecer bem o que é o ajuste e o que é direito do trabalhador. O ajuste não é mexer no direito do trabalhador", disse, ao comentar a rotatividade no mercado de trabalho: "Não se quer tirar direitos, mas consolidar direitos. A pergunta que cabe é: O seguro desemprego é causa ou efeito da rotatividade da mão de obra? Sempre que se fala de ser humano, todo mundo quer operar em zona de mais conforto. (...) As regras do seguro-desemprego são de quando o Brasil vivia outra realidade, não havia emprego. As novas regras refletem outro cenário". Jaques Wagner ainda defendeu o diálogo e a conversa para quebrar a resistência em relação ao ajuste fiscal: "É preciso esclarecer bem e espero que isso comece a ser feito agora com as comissões (na Câmara). O PT e todos os partidos da base têm que ser esclarecidos. Depois do debate feito, a posição tomada será acompanhada pelo PT e pela base. No debate, todos vão externar suas opções. Mas se a corda é elástica demais, arrebenta. Um vez a posição tomada, todos vão seguir".
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