Se vocês se lembram, na parte, digamos, propositiva, a campanha de Dilma Rousseff foi o samba de uma nota só: um tal programa “Mais Especialidades”, que, como diz o nome, iria oferecer médicos especialistas para os pobres. Pois é… Depois daquilo, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, está catando até moedinha que cai de bolso furado de velhinho… A então candidata fazia de conta que o “Mais Médicos” era uma maravilha. Que coisa!
Reportagem da Folha desta sexta-feira demonstra que, segundo levantamento do TCU, em parte considerável dos 1.174 municípios brasileiros que receberam médicos do programa, o número de profissionais que atendiam no serviço púbico caiu em vez de subir. É isto mesmo: em vez de mais médicos, os brasileiros dessas cidades ficaram com menos médicos.
Em 49% das cidades, houve queda do número de “médicos próprios” — isto é, não pertencentes ao programa: em 161, houve queda no número de profissionais; em 168, o aumento de médicos foi menor do que o da chegada dos novos (ou seja: os antigos saíram); em 239, o número seguiu o mesmo (vale dizer: houve mera substituição).
Entenderam? O programa bilionário de Dilma, concebido e executado no joelho, deixou parcela significativa da população com menos médicos do que tinha antes. E há outro aspecto muito grave: ao menos um de cada três médicos trabalha sem supervisão.
O governo Dilma, como é sabido, também é um desastre de gestão. E quem paga a conta maior, como sempre, são os mais pobres. Por Reinaldo Azevedo
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