Fernando Gabeira tirou terno e gravata do armário e foi a Brasília para tentar responder a uma pergunta: "Onde está a saída para a crise?"
Ele se encontrou com "uma dezena de políticos experimentados" e nenhum deles deu uma resposta definitiva. Ao mesmo tempo, eles indicaram algumas "variáveis" que podem ajudar a definir os rumos da crise:
1 - "A hipótese de um governo sangrando até 2018 é a mais improvável, embora seja esse o desejo de uma parcela de observadores".
2 - "Quanto ao ajuste econômico, a tendência é de dias mais duros, com possibilidade de racionamento de energia".
3 - "Dilma tem os microfones à disposição. Mas não sabe usá-los. Em alguns casos é possível aprender. Mas não há treino que possa criar um líder para conduzir o país numa tempestade".
4 - "O Planalto quer que o PT demita o tesoureiro. O PT hesita. É difícil passar a ideia de que foi tudo culpa de um só homem. É gente muito calejada para fingir que João Vaccari era uma fada de barba que produzia fortunas apenas com o toque de sua vara de condão".
5 - "A variável mais importante é pouco discutida em Brasília. Dois milhões de pessoas foram às ruas. A sociedade brasileira ganhou maturidade nas demonstrações e mantém-se vigilante porque sua sorte está em jogo".
Fernando Gabeira, depois de suas conversas em Brasília, acredita que o caminho mais provável é que o PMDB assuma o poder e proponha um governo de unidade nacional com a oposição. O PT, segundo ele, "não tem chance de tentar esse caminho".
Por quê?
Porque "não se conhecem os protagonistas do futuro. Mas já se sabe quem será atropelado por ele".
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