O professor petista de filosofia Renato Janine Ribeiro foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff para assumir o lugar do neocoronel cearense id Gomes à frente do Ministério da Educação. O anúncio foi feito na noite desta sexta-feira pelo Palácio do Planalto. O novo ministro tomará posse no dia 6 de abril. Cid Gomes, escolhido pela presidente para levar adiante o projeto da "Pátria Educadora", deixou o cargo na semana passada depois de agredir verbalmente os deputados federais e até o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em violenta afronta ao Congresso Nacional. Janine nasceu em Araçatuba, no interior de São Paulo, tem 65 anos e é professor de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo. O professor fez graduação e doutorado na USP, pós-doutorado na British Library e mestrado na Universidade Sorbonne, em Paris. Publicou 18 livros, entre eles "A Marca do Leviatã" (2003), "Ao Leitor Sem Medo" (1999) e "A Sociedade Contra o Social: o alto custo da vida pública no Brasil" (2000), que ganhou o Prêmio Jabuti 2001 na área de ensaios e ciências humanas. Sem experiência administrativa, Janine Ribeiro foi diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior, do Ministério da Educação (Capes) entre 2004 e 2008. Na década de 90, foi membro do conselho deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Segundo suas próprias palavras, ele se dedica à análise de temas como "o caráter teatral da representação política, a idéia de revolução, a democracia, a república, a cultura política brasileira". A nomeção de Renato Janine Ribeiro não era esperada; antes do anúncio desta sexta-feira, havia especulações sobre a indicação do peemedebista Gabriel Chalita, atual secretário de Educação da cidade de São Paulo, para o ministério. A escolha de Dilma em nada altera a pressão de petistas e peemedebistas por mais espaço no governo. Janine terá como número dois na pasta o secretário-executivo, Luiz Cláudio Costa, quadro do PT mineiro. Além disso, Janine é ligado à filósofa Marilena Chauí, a raivosa petista que tem nojo da classe média. Em entrevista concedida à edição deste mês da revista "Brasileiros", o professor criticou o silêncio do governo enquanto as manifestações contra a presidente cresciam. "Na verdade, é uma concepção de governo que não precisa prestar contas à sociedade. É isso que a Dilma está mostrando. Uma concepção de governo muito inquietante, porque é, no limite, autoritária", disse ele. Em sua página no Facebook, Ribeiro também se divide entre os elogios e as críticas ao governo. Há apenas cinco dias, por exemplo, disse que "o volume da corrupção na Petrobras é assustador". Depois prosseguiu: "E o volume de dinheiro vai além do financiamento de partidos. Pode sim ir para eles, mas é dinheiro demais, literalmente roubado. Como é que um diretor ou gerente leva 100 milhões? Só para ele? Ainda falta explicar mais, mas é podre mesmo". No dia 15 de março, mais comentários negativos sobre a presidente: "Desde a eleição, cobro constantemente Dilma Rousseff porque ela não deu satisfações à sociedade quanto ao ministério ruim que nomeou, nem quanto às medidas econômicas que adotou. É quem eu mais cobro". Agora ele fará parte desse ministério ruim, provavelmente ampliando o seu espectro. Em 1º de fevereiro ele escreveu: "De que adiantou compor um ministério como esse, que só se explica para evitar o impeachment - e depois perder de lavada para Eduardo Cunha?" Em 2013, o filósofo também comparou os cubanos do Mais Médicos a escravos: "Do ponto de vista das condições de trabalho, acho péssimo que o dinheiro não seja pago diretamente aos médicos cubanos, e sim a seu governo. Isso me lembra os escravos de ganho, do Segundo Reinado".
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