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domingo, 22 de março de 2015

Construtoras do Minha Casa, Minha Vida prevêem onda de demissões

Construtoras que atuam no programa Minha Casa, Minha Vida no Nordeste afirmam que o governo federal atrasou pagamentos de R$ 175 milhões e, por isso, ameaçam paralisar as obras e ampliar as demissões no setor. O montante se refere apenas a quatro Estados – Bahia, Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte –, de acordo com os sindicatos locais da construção civil, e o atraso varia de 20 a 75 dias. O problema atinge principalmente as construtoras menores. Os pagamentos ficam a cargo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e deveriam ser liberados 15 dias após a medição das obras. Região do País que concentra o maior índice de obras em andamento (34,37%), todo o Nordeste soma 439,1 mil unidades do MCMV em construção ou não iniciadas. As demissões, segundo diretores do Sinduscon, começaram já no ano passado. Segundo dados do Caged divulgados na quarta-feira (18), todo o setor da construção civil no Nordeste está no vermelho: saldos negativos (registro de mais demissões do que contratações) de 9.635 vagas em fevereiro e 19.846 no primeiro bimestre (o pior saldo entre as cinco regiões). Os imóveis do MCMV são casas e apartamentos para famílias com renda de até R$ 1.600,00. "Pela incerteza de pagamentos, as empresas retardam a compra de materiais e a abertura de novas frentes de trabalho", diz o presidente do Sinduscon-Bahia, Carlos Henrique Passos. O Estado é o que tem a maior quantia de repasses atrasados – R$ 80 milhões. "Chegou a um ponto que não conseguimos suportar", diz o presidente do Sinduscon no Maranhão, Fábio Nahuz. Segundo ele, há possibilidade de paralisação a partir de abril, caso os repasses não sejam regularizados. No Ceará, os atrasados giram em torno de R$ 30 milhões e até 10 mil trabalhadores dessas obras foram demitidos desde novembro. No Rio Grande do Norte, os atrasos chegam a R$ 15 milhões, diz o Sinduscon-RN. "Não temos como trabalhar com despesas altíssimas e sem receber", afirma o diretor Carlos Luiz Cavalcanti. Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, os atrasos ocorrem em todo o País desde o segundo semestre de 2014.

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