A The Economist publicou um editorial dizendo que o Brasil está num atoleiro. Bem mais importante do que o editorial, porém, é o artigo que o acompanha, "The Crash of a Titan" (A Queda de um Titã), que ainda não foi traduzido por nossos jornais. Nele, a The Economist analisa os números da economia brasileira e faz um prognóstico arrasador. Segundo a revista, "o Brasil está de novo em apuros", exatamente como 25 anos atrás. Os motivos são os seguintes:
1 - A expectativa dos economistas consultados pelo Banco Central de um queda do PIB de apenas 0,5% é "otimista".
2 - "As perspectivas para o consumo privado, que representaram cerca de 50% do crescimento do PIB ao longo dos últimos dez anos, são podres".
3 - A baixa produtividade dos trabalhadores brasileiros "não justifica novos aumentos salariais".
4 - O investimento "vai despencar em 2015".
5 - Apesar da queda do real, "o comércio exterior não vai ajudar", pois os países para os quais o Brasil exporta crescem muito menos do que no passado.
6 - O País "gastou 311,4 bilhões de reais (6% do PIB) em pagamentos de juros em 2014, um aumento de 25% em 2013. Isso significa que, mesmo que a meta fiscal do Sr. Levy seja cumprida, com um superávit primário de 1,2% do PIB, o Brasil vai continuar no vermelho".
7 - Com a inadimplência subindo, "um quinto das grandes empresas brasileiras corre o risco de rebaixamento de sua nota, em muitos casos iminente".
O grande temor, de acordo com a The Economist, "não é que o Brasil tenha um ano ruim, e sim que continue encalacrado" por muito mais tempo. O Banco Central, de fato, "tem apenas dois caminhos a seguir, e ambos são horrorosos": aumentar os juros ou soltar o dinheiro. O mais provável, para a revista, é que o Brasil adote um meio-termo, e o resultado será ainda mais recessão. "Quanto mais se analisa a economia brasileira", diz a The Economist, "pior ela parece".
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