segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Juiz da Lava Jato oferece transferência de empreiteiros para presídio comum


Diante das sucessivas reclamações dos empreiteiros presos na Operação Lava Jato sobre as condições a que estão submetidos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos do escândalo do Petrolão do PT na primeira instância, notificou nesta segunda-feira os advogados dos empresários para que eles se manifestem se preferem que seus clientes sejam transferidos para um presídio comum. A manifestação do juiz é uma espécie de contra-ataque à choraminga dos empreiteiros, que criticaram, por meio da imprensa (especialmente em matéria da jornalista petista Monica Bérgamo, do jornal Folha de S. Paulo), as condições das celas da Polícia Federal. As reclamações dos diretores de algumas das maiores empreiteiras do País incluem dormir em colchões no chão ou só terem à disposição camas de concreto, o uso de talheres plásticos e de uma latrina no mesmo ambiente, além do acesso restrito a alimentos. Formalmente, porém, nenhum dos empreiteiros encaminhou reclamação oficial sobre as condições da carceragem na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Atualmente, estão presos preventivamente no local os empreiteiros Ricardo Pessoa (UTC Engenharia), Eduardo Leite (Camargo Correa), Dalton Avancini (Camargo Correa), João Ricardo Auler (Camargo Correa), José Ricardo Breghirolli (OAS), Agenor Franklin Medeiros (OAS), Mateus Coutinho de Sá Oliveira (OAS), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS), Sergio Cunha Mendes (Mendes Júnior), Gerson de Mello Almada (Engevix) e Erton Medeiros (Galvão Engenharia), além do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que é apontado como operador do PMDB no escândalo do Petrolão do PT. “As celas da carceragem da Polícia Federal têm as suas limitações, já que se trata apenas de prisão de passagem, mas entendeu-se que a permanência nelas, ao invés da transferência, era do interesse dos próprios acusados”, disse o juiz Sergio Moro em seu despacho. “Diante de supostas reclamações veiculadas não a este juízo, mas à imprensa, é o caso de consultar os defensores em questão acerca do interesse dos presos na transferência para o sistema prisional estadual, ainda que para estabelecimentos reservados a presos com direito à prisão especial”, completou o magistrado. Os advogados terão 48 horas para informar se preferem que os empreiteiros sejam levados para um presídio do Paraná.​

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