Em nota divulgada na noite desta terça-feira (24), o Itamaraty subiu um pouco o tom ao comentar as recentes ações do governo do venezuelano Nicolás Maduro, afirmando que "são motivos de crescente atenção medidas tomadas nos últimos dias, que afetam diretamente partidos políticos e representantes democraticamente eleitos". Na última semana, o prefeito metropolitano de Caracas, o oposicionista Antonio Ledezma, foi detido em seu escritório sob a acusação de conspirar para derrubar o governo. Na segunda-feira (23), foi a vez de o partido conservador Copei ter sua sede invadida e tomada por um grupo de pessoas com apoio da polícia. Nesta terça-feira (24), um adolescente morreu durante protesto antigoverno. Na última sexta-feira (20), o Itamaraty havia afirmado que acompanhava "com grande preocupação a evolução da situação na Venezuela", sem detalhar as recentes medidas do governo Maduro. A presidente Dilma Rousseff havia declarado, também na sexta-feira, que a prisão de Ledezma era uma "questão interna" do país vizinho. Na nota desta terça, o Itamaraty segue não mencionando especificamente a prisão do prefeito, mas diz que as últimas ações afetam partidos e políticos democraticamente eleitos. O novo comunicado reflete a leitura do governo brasileiro de que a situação política no país piorou desde a prisão de Ledezma.
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