O rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela Moody's fez o governo Dilma Rousseff temer que outras agências internacionais de classificação de risco sigam o mesmo caminho e possam, no futuro, rebaixar a nota do Brasil, tirando o País da seleta lista de destinos seguros para se investir. O receio de contágio foi a primeira reação do Palácio do Planalto ao saber do rebaixamento da nota da petroleira, considerado injusto pela cúpula do Executivo. Segundo auxiliares presidenciais, a situação de caixa da Petrobras é relativamente "tranquila" e a produção da estatal não caiu, o que não justificaria a decisão tomada pela Moody's. Com o rebaixamento, a Petrobras perdeu o chamado "grau de investimento", uma espécie de selo de boa pagadora. A economia brasileira é bastante dependente da Petrobras — nas contas do governo, a cadeia de produção vinculada à companhia supera o equivalente a 10% do PIB (Produto Interno Bruto). Portanto, nas avaliações internas, uma situação de dificuldade na estatal tem potencial para prejudicar o desempenho nacional. Economistas do mercado financeiro já esperam um ano complicado para o Brasil. Algumas projeções já indicam que a economia brasileira pode encolher em 2015. A Moody's cortou a nota da Petrobras de Baa3 para Ba2 – o que corresponde a perda de dois níveis na escala de notas da agência. Dessa forma, a petroleira, alvo de investigações sobre corrupção, passa para o chamado grau especulativo (com alta probabilidade de calote). A Moody's citou as investigações e o atraso na divulgação do balanço financeiro auditado da estatal entre as justificativas para a sua decisão. Sobre esse último item, o governo pondera que cortar o grau de investimento com base no problema do balanço que ainda não foi auditado foi uma medida drástica, já que a empresa teria o prazo legal até o fim de junho para divulgar seu balanço.
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