Os funcionários da General Motors em São José dos Campos decidiram manter a greve iniciada iniciada na última sexta-feira (20). A paralisação é um protesto contra os planos da montadora de demitir cerca de 800 funcionários da planta. O acordo foi realizado durante uma assembléia que reuniu representantes de diversos sindicatos e funcionários da General Motors. Nesta terça-feira (24), às 15h30, sindicato e empresa se reúnem em uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho em Campinas. Esta será uma nova tentativa de acordo entre a montadora e os trabalhadores, após a General Motors ajuizar um processo de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho. A General Motors informa que fez o pedido porque não foi comunicada oficialmente pelo sindicato local, conforme determina a legislação e considera o ato como unilateral. Em nota, a empresa anunciou que tomaria as medidas legais cabíveis. A expectativa da GM é de que os trabalhadores retornem imediatamente ao trabalho. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Antônio Ferreira de Barros, disse que a greve seguirá por tempo indeterminado. "Nós queremos emprego. enquanto a empresa não rever (o plano de demissão), nós manteremos a greve", diz.
Cerca de 250 trabalhadores da Volkswagen em Taubaté entraram em férias coletivas, de 20 dias, nesta segunda-feira (23). A medida, segundo a Volkswagen, já é tomada há bastante tempo, em todas as unidades fabris que a montadora mantém no País, e visa adequar a produção às demandas do mercado. A Volkswagen também encerrou o terceiro turno que funcionava na fábrica do interior paulista. Cerca de 1.700 trabalhadores que funcionavam neste período foram realocados entre o primeiro e segundo turnos. Este é mais um episódio envolvendo os trabalhadores da Volkswagen. Em janeiro, trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, fizeram uma greve de 10 dias que só terminou após a montadora readmitir cerca de 800 trabalhadores que haviam sido desligados da unidade. Taubaté era única unidade da Volks no Brasil que ainda mantinha o terceiro turno. Atualmente, a fábrica produz os veículos Gol, Up! e Voyage, emprega cerca de cinco mil trabalhadores e tem capacidade para produzir 37 carros por hora – 850 por dia. Em São Bernardo do Campo, também no ABC paulista, a Ford reduziu o ritmo de produção afastando 420 trabalhadores por tempo indefinido. Os dias parados serão compensados com o banco de horas. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a unidade que fabrica caminhões, passou de 17 para 14 unidades fabricadas por hora. O modelo Fiesta, que também é fabricado na unidade, caiu de 54 para 44 unidades/hora. A fábrica da Ford de Taubaté opera desde o ano passado em ritmo menor. A montadora, àépoca, concedeu férias coletivas, promoveu suspensões de contratos de trabalho (lay-off) e abriu um Plano de Demissão voluntária (PDV). A unidade fabrica motores, transmissões e componentes automotivos. Seu ritmo de produção ficou seriamente comprometido depois que a Ford parou de produzir os motores "Rocam", que eram fabricados na unidade. Várias centrais sindicais se solidarizaram com os trabalhadores da Volkswagen. As demissões na montadora entraram na pauta das reivindicações, que inclui a revisão das medidas que endurecem as regras para a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas. Anunciadas em dezembro por meio de medidas provisórias, o pacote visa economizar R$ 18 bilhões neste ano para reequilibrar as contas públicas. Os líderes sindicais conseguiram apelar diretamente à presidente Dilma Rousseff, que admitiu dias depois que negociaria com o Congresso as alterações nas propostas. Em relação às demissões, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, disse, em janeiro, que "não há nenhum problema de caráter sistêmico, amplo, que justifique uma ação direta do governo". E que os cortes que ocorreram foram "muito pequenos, pouco expressivos", então, nada que justifique uma intervenção do governo. A indústria automotiva encerrou 2014 com queda de 15,3% na produção, o pior resultado desde 2009. Com isso, 12,8 mil postos de trabalhos na área foram cortados. Este número representa 7,9% dos trabalhadores da indústria automotiva. Em 2015, a produção ainda não apresentou sinais de recuperação e o mês de janeiro registrou queda de 14% em comparação ao mesmo período de 2014. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, no entanto, acredita que a produção deva crescer neste ano e que o nível de empregos ficará estável. "As empresas trabalharam com um efetivo acima do que os números de 2014 demandaram. Agora, o crescimento ajudará a diluir esse excedente", disse o executivo. A realidade, contudo, é diferente das montadoras. Na mesma semana em que 800 trabalhadores da Volkswagen foram demitidos, 244 trabalhadores da Mercedes também foram cortados. Ao contrário da Volks, a Mercedes não readmitiu nenhum empregado. Outras montadoras como Nissan, MAN e Renault anunciam cortes na produção. Para 2015, os montadoras esperam uma pequena reação do mercado e que a queda nas vendas não devem ultrapassar 0,5%, atingindo 3,479 milhões de unidades. A aposta é na maior flexibilidade na concessão de financiamentos e da nova regra que facilita a retomada do veículo em situação de inadimplência.
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