A cúpula nacional do PSDB foi convocada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para um encontro nesta sexta-feira (27), em São Paulo. Presidente nacional da legenda, o senador Aécio Neves (MG) deixou o encontro defendendo as manifestações contra o governo Dilma Rousseff e criticando as últimas medidas da petista. "Com essas últimas medidas o governo da presidente Dilma está mudando o slogan que seu marqueteiro criou anos atrás. Acho que o 'Brasil, um país para todos' está virando cada vez mais o 'Brasil, o país da mentira'", disse Aécio Neves. "A presidente da República, com a medida provisória anunciada hoje, mais uma vez desdiz, contraria tudo aquilo que afirmou durante a campanha eleitoral: que não haveria aumento de impostos e supressão de direitos", concluiu. O governo editou uma MP que reduz o benefício fiscal sobre a folha de pagamento. Os tucanos também saíram em defesa de FHC. Na última semana, a presidente disse que, se a corrupção na Petrobras tivesse sido investigada no governo do tucano, o chamado "petrolão" talvez não existisse. Já nesta semana, o relator da CPI da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), pregou incluir a gestão de Fernando Henrique no escopo da investigação. "Eu soube agora que vão fazer uma CPI sobre a mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília e que foi o Fernando Henrique o responsável", ironizou o senador José Serra (PSDB-SP). Os tucanos decidiram embarcar na tática de combater os ataques a FHC com ironia e humor. O próprio ex-presidente aderiu à onda de memes que tomaram a internet desde a fala de Dilma. Durante o almoço, o senador Cássio Cunha Lima (PB) tirou uma foto de FHC segurando um cartaz com os dizeres "Foi FHC" com uma nota de R$ 2,00 acima. Participaram do encontro com FHC, além de Aécio, Serra e Cássio Cunha Lima os senadores Tasso Jereissatti (CE) e Aloysio Nunes (SP). Ao sair, Aécio Neves disse que as manifestações devem ser vistas como algo "natural" e atribuiu o descontentamento com o governo Dilma ao que chamou de "engodo" na campanha eleitoral. Aécio Neves voltou a criticar o pronunciamento do ex-presidente Lula, esta semana, em ato de defesa da Petrobras no Rio de Janeiro. O mineiro classificou como "lamentável" o teor das declarações do petista. Lula disse que Dilma precisa levantar a cabeça e dizer "eu ganhei a eleição", além de afirmar os petistas "também sabem brigar", "sobretudo quando o Stédile (João Pedro Stédile, presidente do MST) colocar seu exercito na rua". "Lamentável o pronunciamento do ex-presidente. Em nada contribui para que o Brasil supere esse quadro, que é grave", afirmou. Para o tucano, as manifestações de todos os setores da sociedade devem ser vistas como "naturais" na democracia. Ele disse ainda que os protestos que estão sendo organizados contra o governo são "legítimos", mas não partidários. O tucano também não quis condenar a manifestação de militares, que, em nota, criticaram a fala de Lula, dizendo que o Brasil só tem "um exército" para defendê-lo. "Nós vivemos numa democracia. E numa democracia todos os setores da sociedade têm o direito de se manifestar", afirmou.
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