O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desconversou nesta terça-feira (24) sobre as reclamações da cúpula do PMDB pela falta de peso nas decisões do governo Dilma Rousseff. O peemedebista defendeu ainda que a aprovação do ajuste fiscal enviado pelo Executivo ao Legislativo precisa ser descolada desse ambiente político e votado rapidamente por deputados e senadores. "As reclamações não têm nada a ver com as medidas. É de natureza política. Agora, na minha posição de presidente, não sou eu quem vai tratar. É o vice-presidente Michel Temer e os líderes que vão tratar desse processo", afirmou o deputado. "São medidas que precisam dar sinalização para os mercados, já que as agências de risco estão todas, no próximo mês, para poder manter ou não o grau de investimento no Brasil. Acho que a sinalização é votar, mesmo que tenha de ter algum ajuste, o ideal é que se vote rápido", completou. Num jantar com a equipe econômica, o comando do PMDB sinalizou que está disposto a ajudar a aprovar o pacote com alteração nas leis trabalhistas e previdenciárias, mas que precisa fazer uma discussão política do tema, para acertar adaptações. Os peemedebistas aproveitaram a presença do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) principalmente para reclamar da falta de espaço nas decisões políticas do governo Dilma Rousseff. Com um discurso ensaiado, reclamaram que a legenda só é chamada de última hora para apagar incêndios. As críticas foram disparadas principalmente pelos senadores peemedebistas, que reclamam, nos bastidores, das atenções dispersadas pelo governo a Eduardo Cunha nos últimos dias. Diante das queixas, Mercadante fez uma espécie de mea culpa e reconheceu que é preciso repensar a coalizão. Líderes do PMDB passaram a defender que o PT, que também tem críticas ao pacote, precisa assumir a linha de frente da política econômica. "O PMDB não pode trazer para si essa responsabilidade. Foram ajustes que só sacrificaram até agora o trabalhador e qual será a ginástica do governo?", questionou o deputado Danilo Forte (CE).
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