sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

DÓLAR BATE R$ 2,91 NA ABERTURA, INFLUENCIADO PELO MERCADO EXTERNO


O dólar à vista no balcão abriu hoje com forte avanço, acima de R$ 2,91, influenciado pelo viés de alta da moeda frente às principais divisas de países emergentes e ligadas a commodities. A máxima registrada na abertura é a maior desde 6 de setembro de 2004, quando o dólar fechou em R$ 2,913. Os ajustes iniciais também se devem a influências técnicas da pressão dos "comprados" na rolagem de contratos cambiais visando fortalecer a taxa Ptax de hoje - a última de fevereiro -, além da cautela decorrente do aumento das alíquotas incidentes sobre a folha de pagamento de empresas de cerca de 56 setores produtivos do País. A agenda forte e a definição da Ptax embute volatilidade no mercado. O dólar à vista subia 1,22% no balcão às 9h30, para R$ 2,9130 (mesma cotação da abertura). Na máxima, atingiu R$ 2,9170 (+1,36%). No mercado futuro, o dólar para abril, que passa a concentrar a liquidez hoje, tinha baixa de 0,14%, para R$ 2,9310. Na abertura, essa moeda foi negociada a R$ 2,9330, com recuo de 0,07%. A queda das moedas emergentes no exterior pesa no real. Na China, o yuan recuou em relação ao dólar norte-americano hoje para o nível mais baixo em mais de dois anos (outubro de 2012) com a demanda pela moeda antes do início do Congresso Nacional do Partido Comunista na semana que vem. No evento, deverá ser revelada a meta de crescimento para 2015, que pode ser a mais baixa dos últimos anos. Na Turquia, a lira turca recuou para uma mínima histórica contra a moeda norte-americana em meio a uma forte onda de vendas causada por incertezas políticas e econômicas no país. A Ptax, que será divulgada após as 13 horas, servirá para a liquidação do dólar março e os ajustes dos vencimentos swap e de derivativos cambiais subsequentes na segunda-feira. O governo publicou no Diário Oficial da União de hoje a Medida Provisória 669, que dá continuidade a ajustes ficais. Segundo a medida, a partir de junho as empresas passarão a recolher 4,5% e 2,5% do faturamento em substituição ao recolhimento sobre a contribuição previdenciária, e não mais 2% e 1%, dentro do pacote de desoneração da folha de pagamento. Em algumas situações, no entanto, a alíquota permanecerá em 2% até o encerramento dos projetos. É o caso das obras matriculadas no Cadastro Específico do INSS (CEI) no período entre 1º de abril de 2013 e 31 de maio de 2013. Hoje, 56 segmentos contam com o benefício da desoneração da folha, criado pelo governo em 2011. No ano passado, o governo abriu mão de R$ 21,5 bilhões em arrecadação por causa de desonerações, uma alta de 75% em relação ao ano anterior. A MP foi publicada depois do decreto de ontem que limitou a R$ 75,1 bilhões as despesas da máquina federal até o fim de abril, incluindo investimentos do PAC. 

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