Um tribunal em São Paulo confiscou nesta sexta-feira (30) 8,9% das ações que a construtora OAS tem na empresa de infraestrutura Invepar, alegando que o grupo endividado está em risco iminente de insolvência. O juiz Roberto Corcioli Filho, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, disse que ordenou a apreensão da Pentágono DTVM, um trustee que representa os interesses dos detentores de R$ 160 milhões em títulos de dívidas locais da OAS. A ordem de Corcioli seguiu a decisão da OAS de mover em torno de 105 milhões de ações ordinárias e preferenciais que detém na empresa de infraestrutura. Os reclamantes suspeitam que a OAS transferiu as ações para protegê-los de seus clientes, os detentores de notas, e outros credores, de acordo com documentos do tribunal. A OAS pretende recorrer da decisão, que, segundo a empresa, foi feita baseada em informações incompletas dos demandantes. "Em nenhum momento a OEA tentou dar tratamento preferencial a qualquer credor ou transferir ativos para esgotar seu patrimônio", informou a empresa em um comunicado. O juiz Corcioli Filho disse que a decisão foi uma medida temporária, que também pode ser objeto de recurso. Ela pode ser revertida se a OAS provar que a transferência dos títulos foi legal, acrescentou. A apreensão ocorre no momento em que a OAS sofre com o impacto de um escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro que aflige a Petrobras, um cliente-chave, e que tem destruído o seu próprio acesso a financiamentos e fluxo de receitas. A OAS foi a primeira empreiteira primeira empreiteira investigada na Lava Jato a ter notas rebaixadas por agências internacionais de classificação de risco. A avaliação da empresa foi rebaixada pelas três principais agências: Fitch, S&P (Standard and Poor's) e Moody´s e chegou ao nível D, que reflete alta probabilidade de "default" (calote).
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