O ex-diretor de abastecimento da Petrobras, o delator Paulo Roberto Costa, disse em depoimento à Polícia Federal que o empresário Fernando Soares, o "Baiano", trabalhava com um operador que morava na Suíça, chamado Diego. A informação se tornou pública na noite de ontem, quando a Justiça do Paraná disponibilizou parte do depoimento que Paulo Roberto Costa concedeu em sua delação premiada. Foi a primeira vez que apareceu o nome de um operador do esquema no país, onde se suspeita que esteja parte do dinheiro desviado da Petrobras em esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato. Procuradores do caso estão em contato com as autoridades suíças para rastrear o dinheiro e remetê-lo ao Brasil. Baiano é apontado pelos investigadores como operador do PMDB no esquema que desviava dinheiro em contratos com a Petrobras. Ele e o partido negam irregularidades. Paulo Roberto Costa disse que esteve com Baiano no Vilartes Bank, em Liechteinstein, em 2007 ou 2008. Na ocasião, Paulo Roberto Costa conheceu "um operador de Fernando chamado Diego, que morava na Suíça e vinha ao Brasil uma vez por ano, aproximadamente", e que Diego "era quem cuidava das operações financeiras no Exterior no interesse de Fernando Baiano", de acordo com o documento. Paulo Roberto Costa disse ainda que Fernando Baiano é "uma pessoa muito bem articulada, tendo muitos contatos no mundo político e empresarial" e também "um homem muito rico". Paulo Roberto Costa listou imóveis que, segundo ele, pertencem a Fernando Baiano, mas que provavelmente não estão em seu nome, "pois o mesmo não teria como comprovar a origem dos recursos usados para adquirir todos estes bens". Segundo o delator Paulo Roberto Costa, Baiano teria uma cobertura de 1,2 mil metros quadrados no condomínio Atlântico Sul, na orla de Barra da Tijuca, área nobre do Rio de Janeiro; uma casa nos Estados Unidos; uma casa em Trancoso, litoral sul da Bahia; e outra casa em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Paulo Roberto Costa disse que Baiano tem também, uma lancha, ativos no Exterior e uma academia no Rio de Janeiro. Segundo o ex-diretor, "é provável que os bens estejam em nome de empresas offshore" comandadas por Baiano.
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