A Petrobras deve apresentar perdas contábeis de 10 bilhões de reais em seu balanço financeiro a ser divulgado na próxima terça-feira, reflexo do escândalo de corrupção que atinge a estatal. Segundo reportagem do jornal O Globo, que ouviu fonte do governo, já estariam contabilizadas os prejuízos com a construção das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, no Rio de Janeiro, além das obras de modernização nas refinarias Repar (Paraná), Replan (Paulínia-SP) e Henrique Lage (São José dos Campos-SP). Na quarta-feira, a petroleira indicou, em comunicado enviado ao mercado, que os desdobramentos da Operação Lava Jato poderão implicar no "reconhecimento de perdas" em seu balanço do terceiro trimestre. No documento, a estatal disse que está fazendo análises necessárias para o fechamento e divulgação das demonstrações contábeis, "incluindo a avaliação individual de ativos e projetos cuja constituição se deu por meio de contratos de fornecimento de bens e serviços firmados com empresas citadas na Operação Lava Jato". Ou seja, a empresa quer descontar do resultado do terceiro trimestre o valor dos contratos que tiveram corrupção. A previsão inicial para a apresentação dos resultados financeiros era novembro, mas teve que ser adiada duas vezes devido às denúncias de corrupção, que inclui o superfaturamento de contratos e ativos da petroleira. A divulgação do balanço na terça-feira não contará com o aval da auditoria independente PricewaterhouseCoopers (PwC), que se negou a referendar os números antes da conclusão das investigações no âmbito da Operação Lava Jato. Ainda segundo o jornal O Globo, a petroleira também deve anunciar corte de 30% em seu plano de investimentos para 2015. A estatal previa investir anualmente, entre 2014 e 2018, 44 bilhões de dólares, com o desafio de viabilizar economicamente o pré-sal.
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