O ditador russo Vladimir Putin aprovou, nesta sexta-feira (26), uma nova doutrina militar que leva em conta as mudanças geopolíticas e de segurança ocorridas neste ano com a crise na Ucrânia e que aponta a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como uma de suas maiores ameaças. O texto destaca o acúmulo militar da Otan nas regiões de fronteira com a Rússia, no contexto de tensões do país com o Ocidente sobre a Ucrânia. O documento publicado pelo Kremlin mantém estipulações do anterior, de 2010, sobre o uso de armas nucleares. Ele diz que a Rússia pode usá-las em retaliação ao uso de armas nucleares ou de destruição em massa contra o próprio país ou seus aliados, além de em caso de ataque envolvendo armas convencionais que ameacem a existência do estado russo. Pela primeira vez, a doutrina diz que a Rússia pode usar armas de precisão como parte de medidas estratégicas. O documento não esclarece as condições para o uso. Como instrumento de prevenção de conflitos destacou a cooperação com os países que integram o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), da Organização de Cooperação de Xangai, que inclui Rússia e China, e da Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Na quinta-feira (25), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, havia afirmado que a intenção da Ucrânia de entrar para a Otan representa um "perigo para a segurança européia". Ele disse também que o Ocidente está se aproveitando da disposição dos ucranianos para alimentar o confronto entre os países.
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