O governo federal divulgou nesta terça-feira o decreto em que detalha o Programa de Dispêndios Globais (PDG) para 2015. Pelo documento, são apresentadas as previsões de despesas orçamentárias da Petrobras, embora a companhia ainda não tenha divulgado oficialmente seu Plano de Negócios e Gestão (PNG) para o próximo ano. De acordo com o planejamento do governo federal, a estatal vai gastar 399,7 bilhões de reais ao longo do ano entre despesas correntes e de capital. Só em investimentos estão previstos 69,4 bilhões de reais. Os valores do PDG são referentes aos dispêndios de capital, segundo o detalhamento do decreto publicado nesta terça-feira no Diário Oficial. Além dos investimentos diretos, há previsão de mais 4,3 bilhões em operações financeiras, as quais não estão detalhadas. Pelo Plano de Negócios e Gestão (PNG) de 2014, divulgado em fevereiro, a companhia previa investimento médio de 44 bilhões de dólares por ano até 2018 (cerca de 115 bilhões de reais). Na última semana, a presidente da companhia, a petista Graça Foster, já havia admitido uma "ligeira" redução no plano de investimentos em função das alterações no cenário global de petróleo, com queda no preço das cotações internacionais e maior pressão cambial. Em comunicado divulgado na segunda-feira, a estatal informou que "está revisando seu planejamento para o ano de 2015, implementando uma série de ações voltadas para a preservação do caixa, de forma a viabilizar seus investimentos sem a necessidade de efetuar novas captações". A companhia informou também que as medidas em análise incluem "a redução no ritmo de investimentos em projetos". Pelo comunicado, a companhia projeta uma taxa média de câmbio de 2,60 reais e preço médio do Brent de 70 dólares o barril. Hoje, entretanto, o Brent está sendo negociado a 57 dólares. A trajetória de queda da cotação internacional do petróleo, iniciada em setembro, colocou em alerta as grandes petroleiras do mundo, que passaram a revisar seus projetos. Há desconfiança sobre a viabilidade de determinados projetos, como o pré-sal. Apesar das dúvidas, a Petrobras afirma que os investimentos são viáveis mesmo com cotações internacionais até 45 dólares, embora com margem menor.
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