Uma coluna russa com 32 tanques e trinta caminhões cruzou a fronteira com a Ucrânia pelo leste do país, denunciou nesta sexta-feira o governo ucraniano. Segundo Kiev, os caminhões estavam carregados com munição e soldados enviados por Moscou. Os veículos teriam passado pelas cidades de Lugansk e Krasny Luch. "Trinta e dois tanques, 16 obuses e 30 caminhões militares Kamaz com tropas entraram na Ucrânia oriundos da Rússia", afirmou o porta-voz do Exército ucraniano, Andriy Lysenko. “O abastecimento de equipamentos militares e mercenários russos continua nas linhas de frente”, acrescentou. A Otan declarou em um comunicado que está investigando as alegações feitas por Kiev. Para a aliança militar, a confirmação da denúncia seria “mais um indício da agressão russa e seu envolvimento direto com o objetivo de desestabilizar a Ucrânia”. Anteriormente, Moscou havia tentado desclassificar a denúncia feita pela chancelaria do Canadá a respeito da movimentação de tropas na fronteira com a Ucrânia. Para o governo Putin, as alegações eram “sem fundamento” e foram feitas “sem nenhuma prova factual”. Aproximadamente 4.000 pessoas já morreram desde o início dos conflitos entre as forças de segurança ucranianas e os separatistas pró-Rússia. Um frágil cessar-fogo entre as partes foi aprovado no dia 5 de setembro, mas centenas morreram em confrontos depois desta data. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, tem acusado os rebeldes de romper o pacto. Uma eleição realizada no último fim de semana nas regiões controladas pelos separatistas estabeleceu governos paralelos ao mantido por Kiev. Embora o pleito não tenha validade perante a comunidade internacional, a Rússia comunicou que reconhece os resultados. Na terça-feira, Porosehnko ordenou o deslocamento de tropas e reforçou a presença do Exército em regiões consideradas fundamentais para os separatistas pró-Rússia. Poroshenko informou que unidades foram designadas para proteger Mariupol, Berdyansk, Carcóvia e o norte da região de Lugansk. Analistas temem que a escalada militar no leste ucraniano faça com que a região volte a ser palco de violentos conflitos.
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