sábado, 8 de novembro de 2014
Parada há quatro meses, CPI da Petrobrás no Senado é prorrogada
Sem realizar sessões desde julho, a CPI da Petrobrás do Senado teve os trabalhos prorrogados. As investigações seriam encerradas oficialmente neste domingo, 9, sem apresentação ou votação de qualquer relatório final. Mas uma articulação de última hora do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), conseguiu reunir as assinaturas necessárias para continuar as apurações até o dia 22 de dezembro. Responsável pela coleta dos apoiamentos, o gabinete de Vital do Rêgo apresentou à Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Senado 33 assinaturas favoráveis à prorrogação da CPI, seis a mais do que o mínimo necessário. Os senadores tinham até a meia-noite desta sexta-feira para acrescentar ou retirar as assinaturas do pedido de adiamento dos trabalhos. A última reunião da CPI exclusiva do Senado ocorreu no dia 16 de julho. Na ocasião, o gerente-geral de Implementação da Petrobrás para a Refinaria Abreu e Lima, Glauco Legati, negou que a elaboração da obra tenha ocorrido a partir de uma "conta de padeiro", conforme declarações do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Preso por envolvimento na Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal, Paulo Roberto Costa criticou a estimativa inicial de Abreu e Lima, orçada em US$ 2,4 bilhões. Atualmente o custo está em US$ 13,4 bilhões e a previsão final é de alcançar US$ 18,5 bilhões. Àquela altura, o ex-diretor da estatal ainda não tinha começado a firmar seu acordo de delação premiada que lhe permitiu, no final de setembro, deixar a cadeia para cumprir pena em regime domiciliar. Desde então, a comissão exclusiva do Senado tentou, sem sucesso, se reunir em outras três ocasiões. Ela foi abandonada pela oposição desde o início dos trabalhos, que preferiram centrar esforços na CPI mista da Petrobrás. Vital do Rêgo, que também preside a CPI mista da Petrobrás, quer trabalhar para prorrogar as investigações da comissão do dia 23 de novembro para o 22 de dezembro. Segundo o peemedebista, a intenção de prorrogar os trabalhos é garantir um tempo hábil para continuar as investigações e dar tempo aos relatores das comissões apresentar e aprovar os relatórios finais das duas CPIs. Vital também negou que tenha havido um acordo entre base aliada e a oposição na CPI mista para impedir houvesse a votação de requerimentos para chamar pessoas ligadas ao PT e ao PSDB, como Aécio Neves (PSDB) e Gleisi Hoffman (PT). Segundo ele, esses depoimentos não estavam previstos no cronograma dos trabalhos firmado há meses entre governistas e oposicionistas. "Estão criando uma politização de um processo em que todos agiram de boa fé", afirmou.
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