terça-feira, 4 de novembro de 2014
Manifestações têm que ter limite, afirma ministro do Trabalho
O ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), disse considerar as manifestações populares importantes para a democracia, contanto que tenham limites. Quando alguém viu esse personagem menor da política brasileira dizer em junho e nos meses seguintes do ano passado que as manifestações violentas de black blocs e outros sequezes do petismo precisavam ter limites? "Não pode ultrapassar aquilo que é verbal, não podemos estimular ódio", afirmou nesta segunda-feira, 3, após participar de reunião com sindicalistas em São Paulo. Para o ministro, passado o momento eleitoral, é preciso retomar o diálogo entre governo e oposição e lembrar que Dilma Rousseff (PT) "não é presidente de um lado, mas da Nação inteira". "É um momento ruim, porque pedir pelo regime militar é pedir para não se manifestar mais, é um contrassenso", disse o ministro sobre manifestações de rua em São Paulo, no fim de semana, que pediram o impeachment da presidente e a intervenção militar. Ainda assim, Dias ressalvou que a "maioria absoluta" da população brasileira está "tranquila" e respeita a decisão democrática das urnas: "As manifestações convocadas para sábado no Brasil não reuniram nem 5 mil pessoas, então foram muito pequenas", afirmou. Ele ainda disse que os protestos podem ter a ver com a "falta de politização": "Na hora que as pessoas pararem para raciocinar, vão ver que ditadura jamais". O ministro disse ainda não considerar as manifestações um sintoma de rejeição da presidente. Ele exaltou conquistas do governo dela e do antecessor alcaguete Lula (ele delatava companheiros para o Dops paulista durante a dia militar, conforme Romeu Tuma Jr, em seu livro "Assassinato de Reputações"), como inclusão social, aumento do poder de compra, pleno emprego e valorização de salários: "Ela (Dilma) foi eleita. A maioria da população brasileira a quis como presidenta da República e não quis só por ela, a quis pelos resultados do governo dela e do presidente Lula". Evidentemente, a manifestação dele encerra uma gigantesca mentira, porque a petista Dilma foi eleita por menos de 35% dos eleitores do Brasil. Durante discurso no evento, Manoel Dias colocou na condicional a participação do PDT no segundo mandato da presidente Dilma. Questionado pelos jornalistas, ele esclareceu que não estava se referindo a qualquer possibilidade de o partido não apoiar mais a petista. "A discussão não é essa. Estamos hoje no governo como resultado da eleição passada e agora é outra eleição", afirmou. "Não vamos pressionar por cargos ou condicionar nosso apoio. Vamos apoiá-la de forma irrevogável e incondicional através das nossas bancadas na Câmara e no Senado", completou. Em seu discurso, o ministro lamentou a diminuição da representação sindical no Congresso Nacional, que, segundo ele, caiu mais de 40% desta para a próxima legislatura. "Como fica a pauta trabalhista?", questionou.
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