A Justiça Federal do Paraná autorizou a convocação de sete testemunhas que moram no Exterior para prestar depoimento em uma das ações penais resultantes da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que desvendou um esquema de corrupção que movimentou mais de 10 bilhões de reais. Foram convocados operadores e funcionários de bancos envolvidos nas operações criminosas do grupo comandado pelo doleiro Alberto Youssef. O objetivo é esclarecer o funcionamento do esquema de lavagem de dinheiro do bando. Os depoimentos foram solicitados por João Procópio de Almeida Prado, um dos auxiliares de Youssef. Segundo as investigações, Prado movimentava o dinheiro "lavado" pelo doleiro no Exterior. Prado e Youssef são réus em ação penal por lavagem de dinheiro, em que também são feitas acusações contra a doleira Nelma Kodama e contra os irmãos Leandro e Leonardo Meirelles, sócios do laboratório farmacêutico de fachada Labogen. Entre as operações investigadas estão transações fictícias registradas em nome do laboratório. A quadrilha utilizava empresas de fachada espalhadas pelo mundo para esconder dinheiro no Exterior e trazer recursos para o País. De acordo com a decisão do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, as testemunhas podem ajudar a esclarecer as diversificadas operações articuladas pela quadrilha do doleiro fora do País. Na Suíça, foram convocados executivos do mercado financeiro. Foi intimado Alessandro Seralvo, um funcionário do banco PKB, citado no inquérito como a pessoa que manipulou dados, contas e informações. Eric Kunz, outro funcionário do PKB, também foi alvo de convocação porque manipulou contas utilizadas nos esquemas criminosos. Duas testemunhas moram em Cingapura: Martin de Cruz é citado pela Polícia Federal como responsável pela criação de "duas empresas no Exterior", utilizadas para transações ilícitas, e Leenah Ng teria ligação com empresas utilizadas no Exterior. Do Panamá, foi intimada Ida de Rodriguez. De Londres, na Inglaterra, foi chamado Michael Reason, um advogado envolvido na montagem de empresas utilizadas nas operações criminosas. Também foi intimada Wyman Leung, de Hong Kong, envolvida em transações investigadas pela Polícia Federal. Os depoimentos vão ser formalmente requisitados por pedidos de cooperação jurídica internacional, enviados para o Judiciário de cada país.
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