A prefeitura notificou a Marquise e a multou em R$ 234.421,60, conforme publicação no Diário Oficial de 26 de janeiro de 2013.
Tal decisão teria de vir acompanhada da “Declaração de Inidoneidade”, por falta de cumprimento contratual com o município de São Gonçalo e danos ao erário. Mas, como veremos adiante, tal “declaração” nunca foi formalizada. A “Declaração de Inidoneidade” é uma sanção administrativa e tem respaldo na previsão normativa do Art. 87 da Lei Federal nº 8.666/1993: "Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: [...] IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior". Ora, não há qualquer dúvida de que a empresa colocou em prejuízo o erário e a população. O dano aos cofres públicos deveria ter sido calculado e cobrado. Mas, não foi o que aconteceu. O governo do prefeito Mulim, além de não ter feito uso da “Declaração de Inidoneidade”, pelo descumprimento contratual e do prejuízo aos cofres públicos (acabou contratando duas outras empresas privadas por preço superior ao praticado pela Marquise), deixou de promover uma auditoria para identificar o valor causado ao erário do município de São Gonçalo. Sai uma empresa privada e entram outras duas. Em substituição à Marquise, que operava no regime de emergência, assumiu, também sem licitação pública, por seis meses, a empresa Terra Tec Ambiental e Saneamento Ltda, que cobrou R$ 2.243.000,00 por mês para realizar emergencialmente a coleta do lixo. Para o serviço de varrição de ruas de São Gonçalo, o governo Mulim contratou a empresa Comercial Rio 2009 Serviços Terceirizados Ltda – ME pelo valor de R$ 1.200.000,00 mensais, também de forma emergencial. As empresas privadas Terra Tec e Comercial Rio 2009 cumpriram os seis meses de contrato emergencial com a prefeitura de São Gonçalo. E surge a seguir uma inacreditável contratação de empresa de lixo. Em 24 de junho de 2013, o prefeito Neilton Mulim promoveu uma inacreditável contratação emergencial, sem licitação pública, para a coleta de lixo de São Gonçalo e demais serviços de limpeza pública.
Quem foi contratada? Nada mais, nada menos, do que a Construtora Marquise, aquela que deveria ter sido declarada inidônea e impedida de concorrer em licitações e contratar com o serviço público. Aquela que o prefeito Mulim declarou que vinha fazendo um péssimo serviço de limpeza urbana da cidade de São Gonçalo e que não cumpria o contrato firmado na gestão anterior. A Construtora Marquise foi novamente contratada sem licitação pública dessa vez pelo montante multimilionário total de R$ 22.235.000,00, por um prazo de seis meses. A parcela mensal chegava a R$ 3.705.000,00, valor esse bastante superior aos preços praticados com a Terra Tec e a Comercial Rio 2009” e pela própria Marquise quando afastada em janeiro de 2013. Ao mesmo tempo em que se desenvolvia o contrato emergencial, o prefeito Neilton Mulim decidiu promover uma nova concorrência pública nos moldes da Lei das Licitações. A Concorrência Pública n° 012/2013 CP – Processo nº 51.571/2013, para coleta de lixo e transporte ao destino final. Estamos em novembro de 2014. Transcorreram até aqui 497 dias de emergência no lixo em relação a data da contratação da Marquise, e o governo do prefeito Neilton Mulim (PR) vem mantendo essa empresa operando os serviços de limpeza urbana da cidade de São Gonçalo de forma emergencial. E a “nova licitação” acaba de ir para o lixo. Em sessão realizada na última quinta-feira, dia 30/10/2014, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro considerou “ilegal” e determinou a “anulação” da concorrência pública do lixo realizada pela prefeitura de São Gonçalo.
O Tribunal de Contas de Estado encontrou um “sobrepreço” no montante multimilionário de R$ 16.789.526,64 na licitação e quer que o edital seja anulado. A Corte de Contas fluminense afirma que o preço ofertado pela Marquisa, empresa “vencedora” do certame, está acima do que deveria ser praticado. Levantamento divulgado pelo tribunal informa que o serviço prestado pelo período de dois anos, deveria custar R$ 92.402.430,72 (noventa e dois milhões e quatrocentos e dois mil e quatrocentos e trinta reais e setenta e dois centavos). A Marquise apresentou o valor de R$ 109.191.957,36. Coincidentemente, o valor supostamente devido pela prefeitura de São Gonçalo à empresa Marquise, de R$ 14.000.000,00 (quatorze milhões de reais), acumulados durante o governo da prefeita Aparecida Panisset (PDT), e não reconhecido pelo seu sucessor, quando devidamente reajustado em 2014 chega ao montante total do sobrepreço encontrado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. É evidente que aí existe uma grosseira trampa e que o novo prefeito já entrou na velha e conhecida dança do lixo.
O Tribunal de Contas de Estado encontrou um “sobrepreço” no montante multimilionário de R$ 16.789.526,64 na licitação e quer que o edital seja anulado. A Corte de Contas fluminense afirma que o preço ofertado pela Marquisa, empresa “vencedora” do certame, está acima do que deveria ser praticado. Levantamento divulgado pelo tribunal informa que o serviço prestado pelo período de dois anos, deveria custar R$ 92.402.430,72 (noventa e dois milhões e quatrocentos e dois mil e quatrocentos e trinta reais e setenta e dois centavos). A Marquise apresentou o valor de R$ 109.191.957,36. Coincidentemente, o valor supostamente devido pela prefeitura de São Gonçalo à empresa Marquise, de R$ 14.000.000,00 (quatorze milhões de reais), acumulados durante o governo da prefeita Aparecida Panisset (PDT), e não reconhecido pelo seu sucessor, quando devidamente reajustado em 2014 chega ao montante total do sobrepreço encontrado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. É evidente que aí existe uma grosseira trampa e que o novo prefeito já entrou na velha e conhecida dança do lixo.
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