A 7ª fase da operação Lava-Jato, intitulada “Juízo Final”, foi deflagrada na última sexta-feira (14/11/2014) a partir de informações e investigações ensejadas pelas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef, de Paulo Roberto Costa e dos executivos Julio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, ambos da Toyo Setal. Os mandados de prisão temporária e preventiva, de busca e apreensão e de condução coercitiva de pessoas investigadas pela operação Lava-Jato foram autorizados pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, em decisão do juiz federal Sérgio Moro, na última segunda-feira, 10 de novembro de 2014, às 11:07.
“No mínimo, apresentando a documentação falsa em juízo, deveriam ter esclarecido o seu caráter fraudulento. Jamais poderiam simplesmente apresentar documentos fraudados ao Judiciário, sem desde logo esclarecer a natureza deles. Se as empreiteiras, ainda em uma fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco, sem uma contramedida”, disse o juiz. Na mesma decisão, Moro cita que a Polícia Federal informou que Meire Pozza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, foi coagida por um emissário ligado a uma das empreiteiras investigadas.
Em depoimento à Comissão Parlamentara Mista de Investigação (CPMI) da Petrobras, Meire disse que emitia notas fiscais falsas em nome das empresas que mantinham relações com Youssef. A Revista Veja de 17 de agosto de 2014 listou as empresas que deram dinheiro a Meire Poza.
A CPMI do Congresso Nacional já havia se pronunciado para “convocar” Othon Zanoide de Moraes Filho para prestar depoimento. Documentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal mostram que o doleiro Alberto Youssef intermediou doação para deputados e diretórios do PP e do PMDB. As negociações foram flagradas pela Polícia Federal com quebra de sigilo de emails do doleiro Youssef. Em um dos endereços eletrônicos atribuído a Youssef ele trata de doações com Othon Zanoide de Moraes Filho. No email em questão, o doleiro Youssef trata com Othon Zanoide de Moraes Filho de dados bancários e emissão de recibos de contribuições eleitorais. O PP nacional aparece em uma conversa entre Youssef e o diretor comercial da empresa de lixo Othon Zanoide de Moraes Filho como destinatário de uma doação de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) que deveria ser registrada em nome da VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S/A. O diretório do PP ainda aparece em outra troca de e-mails entre os dois como beneficiário de R$ 2.040.000,00 (dois milhões e quarenta mil reais). Junto ao TSE o PP informa ter recebido R$ 2.240.000,00 (dois milhões e duzentos e quarenta mil reais) da VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S/A. Ou seja, o PP foi corrompido pelo regime petista com dinheiro do Petrolão, que passou por empresa lixeira. Na terça-feira dia 10/11/2014, às 11:07, o juiz federal Sérgio Moro em seu “Despacho/Decisão” do Processo Nº 5073475-13.2014.404.7000/PR fez constar que “trata-se de representação da autoridade policial por medidas de investigação e por medidas coercitivas relacionadas a assim denominada Operação Lavajato”. Em breve síntese, na Operação Lavajato, foram identificados quatro grupos criminosos dedicados principalmente à prática de lavagem de dinheiro e de crimes financeiros no âmbito do mercado negro de câmbio. Os quatro grupos seriam liderados pelos supostos doleiros Carlos Habib Chater, Alberto Youssef, Nelma Mitsue Penasso Kodama e Raul Henrique Srour. A investigação, com origem nos inquéritos 2009.7000003250-0 e 2006.7000018662-8, tinha por objeto inicial supostas operações de lavagem de produto de crimes contra a Administração Pública e que teriam se consumado com a realização de investimentos industriais, com recursos criminosos, na cidade de Londrina/PR. Este crime de lavagem, consumado em Londrina/PR, se submete à competência da 13ª Vara Federal de Curitiba, tendo dado origem à ação penal 5047229-77.2014.404.7000, na qual figuram como acusados Carlos Habib Chater, Alberto Youssef e subordinados. A partir de interceptação telefônica autorizada em 11/07/2013 no processo 5026387-13.2013.404.7000, passou-se a investigar o grupo criminoso dirigido por Carlos Habib Chater e a, a partir dele, foram identificados os outros grupos criminosos, em decorrência de transações comuns. Entre os grupos criminosos, merece destaque o dirigido por Alberto Youssef. Incidentalmente, foram descobertas relações dele com Paulo Roberto Costa, ex-Diretor de Abastecimento da Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras.
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