A defesa do ex-diretor de serviços da Petrobras, o petista Renato Duque, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal, entrou nesta quarta-feira com pedido de habeas corpus na Justiça, com o objetivo de assegurar sua liberdade imediatamente. O petista Duque foi preso na última sexta-feira em sua casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e levado para a sede da Polícia Federal, em Curitiba. O habeas corpus foi entregue eletronicamente por volta das 18 horas ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. "Caso o pedido seja negado, a defesa percorrerá as instâncias superiores até o Supremo Tribunal Federal", disse a assessoria de imprensa do petista Duque em nota. De acordo com os advogados do ex-diretor, a prisão é injustificada e desproporcional. A colheita de provas já foi realizada, Duque é aposentado da Petrobras e não trabalha mais na companhia, tem endereço conhecido e se colocou à disposição de todos os órgãos envolvidos nas apurações sobre a Petrobras. "Não existe nenhuma ação penal ajuizada contra Renato Duque. Até o momento ele não é acusado de nenhum crime", afirmou a nota, ressaltando que a regra, nesses casos, seria o ex-diretor responder ao processo em liberdade. Na terça-feira, a Justiça Federal do Paraná decidiu manter o petista Duque preso, além de outros cinco detidos na operação, autorizando ainda a libertação de 11 detidos. Deflagrada em março de 2014, a Lava Jato foi lançada inicialmente para investigar um esquema de lavagem de dinheiro em vários Estados, que seria comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Dias após a prisão de Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso por suspeita de destruir documentos. Costa e Youssef firmaram acordos de delação premiada com a Justiça e os depoimentos dados por ambos levaram a uma nova fase da operação, em que foram presos Duque e os executivos das empreiteiras. Em depoimento, Paulo Roberto Costa disse que empreiteiras formaram cartel para realizar as obras da Petrobras e que cobravam um sobrepreço da estatal. Parte dos recursos arrecadados, segundo Costa, seriam repassados a partidos políticos como PT, PP e PMDB. Outra parcela ficaria com os diretores envolvidos e com operadores que repassavam os recursos, entre eles Youssef.
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