Na sétima tentativa, falhou a manobra do PT para tentar salvar o mandato do deputado paranaense petista André Vargas, que mantinha estreita relação com o doleiro Alberto Youssef, pivô de um megaesquema de lavagem e desvio de dinheiro. Nesta terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados rejeitou o recurso apresentado há quase três meses contra decisão do Conselho de Ética que determinava a perda do mandato do parlamentar por quebra de decoro. Agora, o processo segue para votação aberta em plenário. A negativa do recurso ocorreu após ampla campanha articulada pelo PT para salvar André Vargas da cassação. O deputado desfiliou-se do PT para minimizar o impacto do escândalo nas campanhas eleitorais do partido neste ano. Agora, passadas as eleições, o PT colocou uma desavergonhada manobra que levou a Comissão de Constituição e Justiça, a comissão mais importante da Câmara dos Deputados, a ficar paralisada desde setembro. Depois de sucessivas articulações para esvaziar a sessão, um ex-aliado do parlamentar apresentou na tarde desta terça-feira parecer que ajudaria o petista André Vargas a alcançar o seu principal objetivo: deixar a Casa impune. No entanto, apesar da resistência petista, a Comissão de Constituição e Justiça seguiu o parecer do deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), que avaliou que em todo o procedimento disciplinar “trilhou-se o estreito caminho da constitucionalidade e legalidade”. “Não houve qualquer ato do conselho ou de seus membros que tenham contrariado norma constitucional, legal, regimental”, disse no relatório. Na última possibilidade regimental de protelar o caso antes de ser levado ao plenário, o petista André Vargas acionou a Comissão de Constituição e Justiça alegando que teve o direito de defesa cerceado pelo conselho – embora tenha fugido das intimações do colegiado e se recusado a prestar depoimento já na reta final das investigações.
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