O BNDES informou nesta terça-feira que teve lucro líquido de 1,928 bilhão de reais no terceiro trimestre, alta de 18,7% ante igual período de 2013. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o lucro foi de 7,399 bilhões de reais, aumento de 51,4% sobre igual intervalo do ano passado. O balanço mostra ainda que a dívida da instituição com o Tesouro e outros organismos financeiros está em 190 bilhões de reais. No fim de setembro, os ativos totais da instituição somavam 834,756 bilhões de reais, ante 782,044 bilhões no final do ano passado. Já a carteira bruta de operações de crédito do banco de fomento atingiu 618,1 bilhões de reais no fim do trimestre, acima dos 568,445 bilhões de dezembro de 2013. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (541,2 bilhões de reais) houve avanço de 14,2%. A participação das 10 maiores empresas clientes do BNDES aumentou de 40 para 43% da carteira total entre o fim do ano passado e setembro último, mostraram dados do relatório do banco. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do BNDES alcançou 11,82%, ante 10,15% um ano antes. A alta é surpreendentemente maior que a registrada por grandes bancos comerciais que já divulgaram resultado do período. O Itaú Unibanco, por exemplo, aumentou em 10,2% o volume de empréstimos na comparação anual, enquanto a carteira do Bradesco subiu 7,7%, a do Banco do Brasil cresceu 12,3% e a do Santander Brasil teve incremento de 5,6%. Apesar do bom resultado, no ano que vem os empréstimos do BNDES devem minguar. O banco só consegue emprestar a juros mais baratos porque recebe subsídios periódicos do Tesouro. Os empréstimos ao BNDES contêm um subsídio chamado de "implícito", representado pela diferença entre o custo de captação do Tesouro ao se financiar (vendendo seus títulos ao mercado) e a remuneração que recebe do BNDES pelos aportes. Os empréstimos foram repassados ao banco por meio de títulos públicos. Só neste ano, o custo dessa "ajuda" deve somar 23 bilhões de reais, contra 10,6 bilhões de reais no ano passado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu na semana passada que o governo vai diminuir subsídios ao crédito privado via BNDES. Além disso, o banco de fomento ainda tem uma dívida grande com seu credor, o Tesouro, de 130 bilhões de reais. Em outubro, saíram notícias sobre a renegociação de débitos do BNDES, que reduziria a necessidade de um novo aporte de recursos da União ainda neste ano. Segundo uma fonte do governo, como esses contratos de empréstimos já estão em fase de amortização, o fluxo de caixa do banco ficará mais apertado daqui para frente. De acordo com o banco, o resultado do acumulado do ano foi influenciado pela alta de 130,6% do resultado com participações societárias, especialmente com a BNDESPar, que passou de 1,849 bilhão de reais em 2013 para 4,264 bilhões de reais neste ano. Segundo o comunicado, três fatores influenciaram nos resultados do segmento. "Aumento de 23,6% da receita com dividendos e juros sobre capital próprio (2,716 bilhões de reais em 2014); melhora do resultado com derivativos de renda variável, que passou de um resultado negativo de 61 milhões de reais em nove meses de 2013 para um resultado positivo de 896 milhões de reais em 2014; e redução de 652 milhões de reais na despesa com provisão para perdas em investimentos", informou o banco. O BNDES também registrou alta de 26,6% nos negócios de intermediação financeira, volume que chegou a 9,303 bilhões de reais. De acordo com a avaliação do banco, o desempenho resulta do crescimento da carteira de crédito e repasses, bem como da "gestão dos recursos de tesouraria".
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