O pedido de demissão da ministra da Cultura, Marta Suplicy, repercutiu bastante na classe artística estatizada, que só vive de prebenda pública, a qual já especulava sobre seu sucessor desde o final de outubro. Muitos detratores também comemoraram efusivamente sua saída do governo nas redes sociais. “Esperei que ela fosse ficar até o fim do ano. Ela foi muito importante na questão do terreno do Teatro Oficina, que tem uma questão com o Grupo Silvio Santos. Ela se empenhou nisso, foi um fato relevante na gestão dela”, afirmou o diretor de teatro José Celso Martinez Correa, um esquerdista gagá. Ele acha que, por ter jogo de cintura político, Marta Suplicy acabou fazendo uma boa gestão em seus 2 anos no ministério. “Logo que tomou posse, conseguiu que o Congresso aprovasse o Plano Nacional de Cultura. Isso é importante porque coloca o dinheiro no Fundo da Cultura, tirando-o das mãos dos empresários, das leis de incentivo. É uma reivindicação de todos que trabalham na área”, afirmou. Ou seja, é artista estatizado, só vive da têta pública.
“Como produtor eu tinha elevadas expectativas em relação à chegada da Marta ao MinC, por ela reunir experiência administrativa e trânsito político, dois atributos raros em dirigentes da área cultural”, disse o produtor e cineasta Paulo Pélico. “Seja por causa do curto período ou ausência de condições, essas expectativas não se confirmaram. O Vale Cultura embolou-se nas metas ambiciosas e até o momento é uma experiência frustrante. A gestão da máquina burocrática do ministério piorou sensivelmente nos últimos dois anos e a verba da pasta sofreu cortes. Apesar dos esforços, a ministra deixa a Cultura sem uma marca”, finalizou. Ou dependente da têta pública. “Encerra-se um dos momentos mais constrangedores e deprimentes da Cultura brasileira”, afirmou, no Twitter, o diretor de teatro Cacá Rosset. “Marta pede demissão e deixa como seu grande legado cultural o Supla”, ironizou. "Carta da Marta confirma que esse foi um mandato praticamente perdido para as políticas públicas de cultura", exclamou o sociólogo Emir Sader, um dos organizadores do evento cultural de apoio a Dilma no Teatro Casa Grande, em setembro. “Marta encontrou-se numa situação muito ruim. O patrimônio cultural brasileiro está muito pior do que a situação das escolas e hospitais. O tema nem entrou na campanha. Foi uma lutadora pelo Fundo da Cultura, do Vale Cultura. O problema é o Congresso, que, se já está ruim esse ano, quem dirá ano que vem”, analisou Zé Celso. “Mas é importante ela ir para o Senado, que está extremamente conservador. Ela é necessária nessa trincheira. Sai o Suplicy, mas entra a Marta, uma ótima advogada no Senado”. Esse esquerdistinha esquece que a "situação muito ruim do patrimônio cultura brasileiro" é obra dos 12 anos de regime petralha. Internamente, além do secretário de Cultura da Paraíba, o cantor Chico César, o PT trabalha para emplacar também os nomes do escritor Fernando Morais (que está empenhado numa biografia do ex-presidente e alcaguete Lula - ele delatava companheiros para o Dops paulista, durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr) e do assessor internacional do partido, Marco Aurélio Garcia, o grande executivo do Foro de São Paulo, na pasta. Até mesmo o nome do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), que não foi reeleito, surgiu na pauta das especulações. Jandira Feghali, do PCdoB, é outra muito mencionada. O ex-ministro Juca Ferreira, que coordenou a campanha de Dilma na área cultural, é de fato o mais cotado para assumir o cargo. Mas, por causa de seu temperamento mais independente, enfrenta alguma oposição. Também se fala em Ângelo Oswaldo, atual diretor do Instituto Brasileiro de Museus, que fez gestão firme à frente da instituição e também é mineiro – seria uma forma de a presidente agradecer a votação expressiva no Estado, que lhe garantiu a vitória na eleição.
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