terça-feira, 7 de outubro de 2014
Protestos na Turquia por cidade síria sitiada deixam pelo menos 9 mortos
Pelo menos nove pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas em manifestações por toda a Turquia nesta terça-feira, relatou a mídia local, nas quais os curdos exigiram que o governo faça mais para proteger a cidade curda de Kobani, na Síria, dos militantes do Estado Islâmico. Combates entre manifestantes e policiais criaram clima de guerra por todo o país. A polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, que incendiaram carros e pneus quando tomaram as ruas nas províncias de maioria curda no leste e no sudeste da Turquia. Enfrentamentos também irromperam em Istambul, maior cidade turca, e na capital, Ancara. Cinco pessoas morreram em Diyarbakir, a maior cidade curda do sudeste, que testemunhou combates entre manifestantes e policiais. Um homem de 25 anos morreu em Varto, cidade pequena na província de Mus, no leste, e pelo menos meia dúzia de pessoas foi ferida na mesma localidade durante os confrontos, reportou a mídia local. Duas pessoas perderam a vida na província de Siirt, no sudeste turco, disse o governador local à rede de televisão CNN Turk Television, e outra morreu na vizinha Batman. Toques de recolher foram impostos em cinco províncias predominantemente curdas do sudeste após os protestos, durante os quais lojas e bancos foram danificados. O ministro do Interior, Efkan Ala, pediu o fim das manifestações. “A violência não é a solução. Ela desencadeia represálias. Esta atitude irracional deveria terminar imediatamente”, disse ele a repórteres. Combatentes do Estado Islâmico avançaram em direção ao sudoeste de Kobani, aumentando a pressão para que a Turquia intervenha no conflito. O cerco de três semanas a Kobani já cobrou 400 vidas, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que tem sede em Londres e monitora a guerra na Síria. Membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a Turquia já acolheu mais de 180 mil refugiados que fugiram de Kobani, mas evitou se unir à coalizão liderada pelos Estados Unidos contra os militantes radicais sunitas, dizendo que a campanha deveria ser ampliada e incluir a deposição do presidente sírio, Bashar al-Assad.
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