sexta-feira, 17 de outubro de 2014
O debate: Dilma quer pancadaria, não debate. E disse uma enormidade perigosa
Acabamos de ouvir, pela rádio Jovem Pan, ou de assistir pelo SBT, mais um debate entre os presidenciáveis Aécio Neves, do PSDB, e Dilma Rousseff, do PT. Mais uma vez, Dilma se negou a falar sobre o futuro do Brasil. O seu marqueteiro a preparou para duas coisas: para tentar desconstruir o governo FHC e para tentar desconstruir a gestão de Aécio Neves em Minas. Foi um festival de acusações. O tucano, justiça se faça, tentou falar sobre saídas para o Brasil. Mas ficou difícil. Quero fugir um pouco da pancadaria para ficar na grande enormidade do dia. Ao ser indagada sobre a inflação alta no país, Dilma falou uma barbaridade que, é claro!, terá um preço alto caso ela vença a disputa. Em tom de acusação, a petista afirmou que seu adversário queria levar a inflação para 3% e que isso só seria possível se o desemprego fosse levado a 15%. É uma estupidez. Se os mercados levarem a sério o que diz Dilma, segundo quem só é possível ter inflação baixa com desemprego alto, todos entenderão o óbvio: que ela vai manter baixo o desemprego e alta a inflação. Ao acusar Aécio Neves de ter construído um aeroporto em terras de sua família — é falso porque a área era desapropriada —, Dilma afirmou que o dinheiro público não pode ser usado em benefício de alguns. Chega a ser engraçado que isso seja dito no momento em que a Petrobras, resta evidente, foi vítima de uma quadrilha. E um dos principais nomes envolvidos nas acusações é João Vaccari Neto, tesoureiro do PT e conselheiro de uma estatal, nomeado por Dilma. Não conseguimos saber quase nada do que pretendem os candidatos para o futuro do Brasil. Sobraram acusações e não ouvimos propostas. Dilma não quis. Por Reinaldo Azevedo
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