Marina Silva concede entrevista à rede CNN (Reprodução / CNN/VEJA)
A rede americana CNN exibiu nesta quarta-feira uma entrevista com a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva. À jornalista Christiane Amanpour, Marina falou dos ataques de que vem sendo alvo na campanha – e afirmou ser vítima de preconceito por causa de sua origem pobre: “Eu perdi minha mãe com quatorze anos e eu tive que cuidar dos meus sete irmãos. Lutei e continuo lutando, mas eu sempre digo que a educação fez um milagre na minha vida. Tive que enfrentar muitos preconceitos, preconceitos com os quais convivo até hoje. É muito fácil atribuir qualquer opinião para desqualificar uma pessoa com a minha vida". Descrita como uma “candidata por acidente”, Marina foi questionada sobre sua queda nas pesquisas de intenção de voto. Afirmou que ainda é cedo para traçar panoramas para o segundo turno. E lembrou que sua campanha começou depois da dos principais concorrentes, após a trágica morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo, em 13 de agosto. Ao tratar sobre sua trajetória de vida, Marina Silva afirmou que se orgulha de suas origens. “Neste momento, há uma campanha de desqualificação do meu trabalho e da minha trajetória de 30 anos de vida pública, em que ninguém pode encontrar uma atitude de preconceito contra quem quer que seja. No entanto, talvez em função da minha religião, eu tenho que pagar um preço muito alto. Pessoas que têm a minha origem têm que provar o tempo todo que são inteligentes e competentes para assumir posições de liderança. Essa trajetória de vida é para mim um motivo de orgulho”. Questionada sobre sua posição em relação ao casamento gay, Marina Silva falou que seu programa de governo assegura mais direitos à comunidade LGBT do que os de seus concorrentes. Disse que suas propostas defendem a manutenção da atual legislação que garante a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Afirmou que “todos os direitos de casais heterossexuais estão assegurados para os homossexuais”. A jornalista ainda questionou Marina Silva sobre a espionagem americana, que provocou uma crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos no ano passado. “O que foi feito nos Estados Unidos espionando outros países e a nossa própria presidente é inaceitável, e deve ser repudiado com toda a veemência. No entanto, é fundamental que se estabeleça um novo padrão para as relações entre os diferentes países, orientados pelo princípio de uma cultura de paz e cooperação, do exercício da liderança fraterna”.
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