quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Câmbio poderia ajudar a reduzir perdas de valor para Vale, diz Credit Suisse
A desvalorização do real é um dos principais fatores que podem evitar maior perda no valor das ações da Vale, que está envolvida em um cenário pessimista para os próximos anos em função do cenário baixista do mercado de minério de ferro, disse nesta quarta-feira o banco de investimentos Credit Suisse. O Credit Suisse reduziu a recomendação para o ADR (recibo de ação) da mineradora para "underperform", abaixo da média do mercado, ante "neutra", reduzindo o preço-alvo para 11 dólares, ante 12,5 dólares. O banco projetou um cenário nebuloso para o minério de ferro, principal fonte de receita da Vale, líder global nas exportações da commodity, em um momento de dados fracos da economia global, deflação das commodities, desaceleração da produção de aço na China, crescimento da oferta mundial de minério e resiliência de mineradoras de alto custo, que demorarão a sair do mercado. Por outro lado, o Credit Suisse aponta o dólar como um dos fatores que podem ser usados para "contra argumentar" sua visão pessimista para a companhia brasileira, a maior companhia exportadora do Brasil. "Nosso cenário base presume que o dólar vai estar cotado a 2,70 reais ao fim de 2015. Tendo em vista que os lucros da Vale são impulsionados pela depreciação do real, pode haver um risco de alta nas nossas estimativas, dependendo da taxa de câmbio efetiva. Para cada 20 centavos de depreciação do real, elevamos nosso preço alvo da ADR em 1 dólar", disse o banco no relatório. A título de comparação, o Credit Suisse disse que o lucro da Vale antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficará em 12,957 bilhões de dólares caso o dólar fique em 2,40 reais em 2015. No caso de dólar a 2,70, o Ebitda seria de 13,603 bilhões de dólares e de 13,998 bilhões, caso o dólar subisse a 2,90 reais no ano que vem. O dólar era negociado perto de 2,46 reais nesta quarta-feira, tendo acumulado uma alta de 10,5 por cento desde o início de setembro. O Credit Suisse não analisou o impacto das variações cambiais na dívida em dólares da Vale. O Itaú BBA, por exemplo, disse que espera que a mineradora registre um prejuízo líquido de cerca de 700 milhões de dólares no terceiro trimestre, "devido aos resultados financeiros negativos e devido ao efeito da desvalorização do real sobre a dívida em dólar". A Vale divulgará seu resultado financeiro do último trimestre na manhã de quinta-feira, antes da abertura dos mercados.
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