Exportações não tiveram fôlego em setembro, mostra MDIC (Cristiano Mariz/VEJA)
A balança comercial brasileira registrou déficit de 939 milhões de dólares em setembro, interrompendo sequência de seis meses no azul, informou nesta quarta-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado veio pouco pior do que esperado pela mediana dos especialistas, que projetavam déficit de 650 milhões de dólares. No mês passado, as exportações caíram 10,2% na comparação com agosto e somaram 19,62 bilhões de dólares. Já as importações, de 20,56 bilhões de dólares, subiram 3,4% em relação ao mês anterior. Em agosto, a balança comercial havia registrado superávit de 1,17 bilhão de dólares. Cresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (49,1%), enquanto recuaram as compras de bens de consumo (4,2%), matérias-primas e intermediários (2,7%) e bens de capital (2,2%). Segundo o governo, o crescimento da importação de combustíveis ocorreu devido ao aumento dos preços e das quantidades embarcadas de petróleo, gás natural e óleos combustíveis. As compras de bens de consumo caíram devido, principalmente, à redução na importação de máquinas e aparelhos de uso doméstico, automóveis de passageiros, móveis, objetos de adorno, partes e peças para bens de consumo duráveis e produtos alimentícios. O resultado é o pior para o mês desde 1998, quando o saldo de setembro ficou negativo em 1,2 bilhão de dólares. A última vez que a balança do mês havia apresentado resultado deficitário foi em 2000 (326,7 milhões de dólares no vermelho). No acumulado do ano até setembro, as exportações somaram 173,64 bilhões de dólares e as importações, 174,33 bilhões de dólares. Com isso, o saldo do ano está negativo em 690 milhões de dólares. O aumento da importação de petróleo em bruto, querosenes, óleos combustíveis, ureia e inseticidas levou a um avanço de 102,8% na importação de produtos vindos do Oriente Médio. As compras vindas do Mercosul cresceram 8,2%, sendo que só da Argentina o crescimento foi de 7,4%, devido a veículos de carga, naftas, polímeros plásticos, trigo em grão, ônibus, celulose, entre outros. A importação da Ásia subiu 1,6% no período, sendo 7% de crescimento nas compras vindas da China, devido a aparelhos transmissores/receptores, laminados planos, partes e acessórios de máquinas automáticas, entre outros. Por outro lado, houve queda de 6,8% nas importações vindas da União Europeia, por conta de autopeças, inseticidas, aparelhos de medida, gasolina, entre outros. A queda da importação dos Estados Unidos foi de 5,3% - neste caso, devido a adubos e fertilizantes, carvão, trigo em grão, motores e turbinas para aviação, entre outros.
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