Dilma Rousseff (PT) em Florianópolis(Jeronimo Carmo/Mafalda Press/Folhapress)
A presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta sexta-feira que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator do esquema de desvio de verbas e de financiamento ilegal de partidos à Justiça Federal, nunca foi uma pessoa da sua confiança e negou que tenha cogitado nomeá-lo ministro das Cidades. Pivô do petrolão, Paulo Roberto Costa foi preso durante a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, fez acordo para colaborar com as investigações e agora cumpre prisão domiciliar. O ex-executivo da Petrobras foi indicado pelo PP para a diretoria de Abastecimento no primeiro mandato do ex-presidente Lula, em maio de 2004, época em que Dilma era ministra de Minas e Energia. Depois de participar de reunião com prefeitos e o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), em Florianópolis, Dilma negou que tenha cogitado fazer de Paulo Roberto Costa seu ministro das Cidades, cargo ocupado em seu governo por nomes do PP. “Eu não tenho a menor idéia de quem indicou. Eu não fui quem indicou e nem quem nomeou, porque ele jamais foi ministro das Cidades no meu governo. No meu governo, para ser convidado para alguma coisa, só eu convido. Ele não só não foi, como deixou de ser diretor da Petrobras. Ele nunca foi uma pessoa da minha confiança”, afirmou. Até deixar a Petrobras em 2012, Paulo Roberto Costa também presidiu os conselhos de administração de refinarias da petrolífera, como Abreu e Lima, negócio que também envolveu pagamento de propina, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. Em seu primeiro ato de campanha em Santa Catarina, a presidente prometeu ajudar os cerca de 160 governantes municipais presentes ao evento. Eles foram arregimentados pelo governador reeleito Raimundo Colombo (PSD). Dilma pediu que os prefeitos colocassem a militância nas ruas por um “voto combativo” e comparou sua trajetória política com a de Anita Garibaldi, filha de imigrantes italianos que combateu na Guerra dos Farrapos, no século XX. “As mulheres catarinenses sempre foram mulheres corajosas. Eu tenho certeza que eu honro a tradição da Anita Garibaldi”, disse Dilma. “Eu honro, sobretudo, a tradição do nosso País, de ser um País que detesta a divisão. Eu não serei eleita para ser a presidenta segregada e reduzida por uma parte da sociedade. Não serei a presidenta que eles querem que eu seja, defendendo só uma parte, mas de todos os brasileiros. Desde o Lula, nós temos essa relação com os prefeitos e os governadores, não olhamos partido. Agora, eu também sei muito bem valorizar aqueles que me apoiam". Dilma e Colombo se aproximaram em 2012 depois que o governador se emocionou, em Brasília, ao tentar renegociar a dívida do Estado e ao pedir ajuda para evitar o corte de receita de 90 milhões de reais ao mês por causa de mudanças na arrecadação do ICMS. Colombo obteve verbas federais para realizar obras de barragens anti-enchente no Vale do Itajaí, ao custo cerca 1 bilhão de reais, na região afetada por chuvas. A presidente afagou o neoaliado em público nesta sexta: “Ao longo da vida política, a gente encontra pessoas que não tinha nenhum indicativo de que teria uma excelente relação. Eu me refiro ao governador Colombo com que construí um relacionamento de alta qualidade. As pessoas não sabem que a vida política dá alguns presentes. Esse foi um presente que eu recebi”. Aos cerca de 4.000 militantes e cabos eleitorais presentes no centro de convenções onde o ato político ocorreu Dilma trocou juras de amor. Elas respondeu aos gritos de "Dilma eu te amo", com a frase: "O bom de me amar é que eu amo vocês. A coisa mais triste é amor não correspondido".
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