Candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante evento em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
No dia em que novos escândalos envolvendo o PT surgiram na campanha eleitoral, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, prometeu colocar fim ao ciclo de “denúncias sucessivas de malfeitos e corrupção” e ao “ciclo perverso de governo do PT”. A fala do tucano foi feita em resposta à notícia de que um empresário ligado do PT e um colaborador do partido em Minas Gerais foram detidos pela Polícia Federal na noite desta terça-feira com dinheiro suspeito. Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, estava a bordo do avião no qual a PF apreendeu 116 000 reais em dinheiro vivo. Bené foi financiador do "bunker" onde o comitê da campanha de Dilma Rousseff em 2010 se misturava com um núcleo de espionagem. “É contra tudo isso que nós estamos nos colocando. Outras denúncias provavelmente surgirão”, disse o candidato. Ele votou a criticar ainda, sem citar nominalmente o caso, o escândalo de corrupção na Petrobras, revelado em delação premiada pelo ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. “Tem uma delação premiada que certamente está tirando o sono de muita gente”, destacou. O candidato do PSDB também condenou o esquema de uso político dos Correios em benefícios de candidatos do PT nessas eleições e disse que órgãos de investigação devem funcionar independentemente de pressões do Palácio do Planalto. Nesta quarta-feira, o site de VEJA revelou que, depois de Minas Gerais, desta vez também a autarquia em Mato Grosso foi utilizada para disparar, em tempo recorde, cartas com pedidos de votos para candidatos do PT. “Em relação às denúncias, o Brasil tem hoje instrumentos institucionais que têm a responsabilidade de investigar, de apurar e de processar e, quando for o caso, de condenar. Eles devem funcionar em sua plenitude porque não dependem, como parece crer alguns, da ação do governo ou da boa vontade do governante de plantão para investigar”, disse. Aécio voltou a prever uma campanha "extremamente dura" no segundo turno. "Essa é a forma de agir dos nossos adversários, mas levarei comigo sempre o pensamento elevado porque tenho absoluta convicção de que podemos dar aos brasileiros um país mais justo, que cresça mais, que gere mais empregos, que invista mais em saúde e segurança pública, que melhore a qualidade da educação”, declarou. “Não estou em uma guerra, estou em uma campanha política e convido a candidata senhora presidente da República a fazer uma campanha de alto nível. Da nossa parte não permitiremos que essa campanha se apequene ou diminua o entusiasmo e a esperança dos brasileiros”, completou. Mais uma vez o candidato do PSDB à Presidência disse que sua candidatura representa o sentimento de mudança exigido pela sociedade e afirmou que a chegada ao segundo turno indica que a maior parte da população não deseja a continuidade do governo da Dilma. Embora já tenha recebido apoio de partidos como PPS, PSC e PV, o tucano evitou afirmar se o apoio da ex-senadora Marina Silva (PSB), que ficou na terceira colocação na corrida presidencial, seria fundamental para sua vitória no segundo turno e disse que o fim da reeleição, tema que ele defende pessoalmente e é uma das exigências para o apoio dela, depende de votação no Congresso Nacional. “Há hoje um sentimento claro de mudança no Brasil. Quem venceu essas eleições no primeiro turno foi o cidadão brasileiro que acreditou na nossa capacidade de mudar. Isso é retratado pelos resultados que tiveram os candidatos de oposição somados”, afirmou.
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