sexta-feira, 12 de setembro de 2014
PSDB avalia que estratégia de ligar Marina ao PT funciona e deve mantê-la na TV
A estratégia de associar a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, ao seu passado petista está surtindo efeito, ainda que pequeno, e será mantida na TV pelo candidato do PSDB, Aécio Neves, porque esse é o melhor caminho para tentar recuperar parte do voto antipetista que migrou para Marina Silva. Na avaliação de estrategistas de Aécio Neves, mesmo que as pesquisas mais recentes não mostrem um crescimento uniforme das intenções de voto do tucano, já há reflexos no eleitorado das grandes cidades, entre os que são mais escolarizados e os que têm maior renda, que estariam deixando de indicar voto em Marina, mesmo que não estejam todos migrando para Aécio Neves. Pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira mostrou que a presidente Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição, está em empate técnico com Marina na liderança das intenções de voto tanto para o primeiro turno como para o segundo turno. Aécio Neves está em terceiro, com 15%. A estratégia do tucano prevê que com o acirramento da campanha nas próximas semanas, com os debates e com os ataques do PT à Marina Silva é possível enfraquecer a adversária e, quem sabe, buscar uma virada para enfrentar Dilma no segundo turno. "Nós perdemos sete pontos percentuais (de intenção de votos) para ela. Esse eleitorado é acima de tudo antipestista. Se eles acharem que ela é mais petista recuperamos esses eleitores", argumentou uma fonte que pediu para não ser identificada. Um dos estrategistas disse ainda que essa linha de ataque à Marina passou a ser adotada há uma semana e não há porque ficar mudando de estratégia "a cada dois, três dias". Segundo ele, já há resultados e eles podem se ampliar. Aécio Neves não deixará de criticar o governo e usar as recentes denúncias da mídia que apontam para um suposto esquema de corrupção na Petrobras. Mas seus estrategistas acreditam que essa arma tem limitações, ainda mais se não surgirem fatos novos nas próximas semanas. "Isso ainda será usado porque nos diferencia da Marina Silva para criticar o governo", avaliou um dos estrategistas. Ele avalia que Marina Silva não pode ser feroz contra o governo nesse episódio porque o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi citado nas denúncias publicadas na mídia, que tiveram por base vazamentos de um depoimento de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Outro ponto vulnerável que a campanha tucana vê em Marina é sua falta de quadros para governar, caso seja eleita, tanto que a candidata costuma dizer que estaria disposta a usar quadros do PT e do PSDB em sua equipe. Para tentar demonstrar que Aécio Neves "tem o melhor time", o candidato pretende usar o lançamento do seu programa de governo, previsto para a semana que vem, para anunciar novos nomes da sua equipe de um possível governo. O tucano já anunciou que seu ministro da Fazenda seria Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central. Um dos estrategistas de Aécio Neves acredita que ele pode anunciar toda a equipe econômica junto com o programa. Para o ministério do Planejamento, essa fonte disse que o economista Mansueto Almeida está entre os cotados. Por ter participado ativamente do programa na área agrícola, o economista José Roberto Mendonça de Barros é lembrado para a pasta de Agricultura. Esses nomes, porém, ainda não estariam definidos por Aécio Neves e nem está decidido que essas áreas terão seus ministros anunciados. Segundo essas fontes da campanha, há, porém, tucanos ministeriáveis que não podem ser anunciados agora porque estão disputando mandatos no Congresso e a antecipação desses nomes poderia prejudicá-los na disputa. Nesse grupo, são lembrados o ex-governador de São Paulo, José Serra, que disputa uma vaga no Senado e poderia virar ministro da Saúde de Aécio Neves. Ou ainda o ex-senador Tasso Jereissati, que tenta retornar ao Senado pelo Ceará, e poderia ocupar a pasta de Integração Nacional. Outro nome é do ex-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, que também está tentando uma vaga no Senado, e teria um cargo de grande influência em um governo Aécio Neves.
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