Papa destitui bispo paraguaio acusado de encobrir abusos
O papa Francisco destituiu um bispo paraguaio acusado de proteger um padre suspeito de abuso sexual nos Estados Unidos, anunciou o Vaticano nesta quinta-feira. Segundo o Vaticano, o papa Francisco tomou a “decisão onerosa” de remover o bispo Rogelio Ricardo Livieres Plano como chefe da diocese da Ciudad del Este após um cuidadoso exame dos resultados de uma investigação. O sumo pontífice havia dito anteriormente que bispos que encobrissem abusos seriam responsabilizados. Fontes do Vaticano disseram que o bispo havia recusado colaborar com a investigação das acusações sobre irregularidades em sua diocese. De acordo com a imprensa católica, enquanto a investigação do Vaticano estava em andamento, Livieres Plano promoveu um padre em sua diocese que havia sido acusado de abuso sexual enquanto servia nos Estados Unidos. Um bispo dos EUA havia dito aos representantes da Igreja paraguaia que o padre Carlos Urrutigoity, um argentino que fora promovido a uma posição mais alta na diocese paraguaia de Livieres Plano, era uma “séria ameaça aos jovens”. Livieres Plano defendeu a si mesmo e ao padre, dizendo que as acusações contra eles não tinham fundamento. Livieres Plano, que está em Roma desde o final da semana passada, continua a ser bispo, mas não lhe será atribuída a administração de uma diocese, noticiou o jornal paraguaio Vanguardia. O até aqui responsável por Ciudad del Este não se quis demitir, segundo o núncio apostólico, Eliseo Arioti. No comunicado divulgado pelo Vaticano, o Papa Francisco “pede ao clero e a todo o povo de Deus de Ciudad del Este que acolham a decisão da Santa Sé com espírito de obediência, docilidade e sem desavenças”. O Vanguardia noticiou que, para prevenir eventuais manifestações, foi montado um dispositivo policial junto à sede da diocese, no Paraguai. O jornal escreveu também que os enviados do Vaticano constataram que “não há unidade na Igreja paraguaia”. O bispo dispensado, membro do grupo conservador católico-romano Opus Dei, havia também se tornado uma figura polarizadora na igreja do Paraguai e frequentemente se confrontava com clérigos mais progressistas. A destituição do bispo paraguaio ocorre dois dias após o papa ter aprovado a prisão domiciliar, no Vaticano, de um ex-arcebispo acusado de pagar para fazer sexo com crianças enquanto era embaixador do Vaticano na República Dominicana.
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